10/02/2016

OMUNGA SOLIDARIZA-SE COM PADRE JACINTO PIO WACUSSANGA


Lobito, 10 de Fevereiro de 2016.


NOTA PÚBLICA
SOLIDARIEDADE PARA COM O PADRE JACINTO PIO WACUSSANGA



Foi com enorme preocupação que a Associação OMUNGA tomou conhecimento da ameaça realizada contra o Pe. Jacinto Pio Wacussanga no passado domingo, 7 de Fevereiro de 2016.
A referida ameaça foi efectuada através de um panfleto encontrado na Igreja onde Jacinto Wacussanga é pároco.
No referido panfleto, acusa-se o Pe. Jacinto Wacussanga de ter usado os 89.000,00 Kz dos ofertórios e dízimos para "custear os bilhetes de passagem para Luanda a fim de participar do julgamento dos ditos revolucionários presos em Luanda." Diz ainda que o "pároco figura na lista do governo de salvação nacional como presidente da comissão nacional eleitoral" pelo que "continuará a usar" os "ofertórios e dízimos para poder apoiar também os jovens que se encontram presos em Luanda". Mais adiante, salenta-se no citado panfleto que "não podemos contar mais com ele, só vai nos trazer desgraça porque está se meter na política",
O referido panfleto contém ainda: "Lembrem-se que o nosso pároco foi notificado pelo tribunal provincial de Luanda para ser ouvido sobre o caso do governo de salvação nacional."
A ameaça termina com a exigência dos "verdadeiros esclarecimentos e motivos que levaram o nosso pároco Jacinto Pio a Luanda senão vamos falar com o Bispo."
A OMUNGA, em carta aberta dirigida ao Juiz-presidente do Tribunal Provincial de Luanda com conhecimnento ao Procurador-geral da República, datada de 1 de Fevereiro de 2016, com a Refª OM/011/016, alertava para os riscos que acarretava a divulgação pública dos nomes dos cidadãos que constam no "governo de salvação nacional" do facebook, transformados declarantes pelo tribunal provincial de Luanda,. Risco contra a dignidade, o bom nome e a segurança dos mesmos.
A OMUNGA aproveita ainda para responsabilizar directamente o Tribunal provincial de Luanda e o Procurador-geral da República sobre o que já está a acontecer como resultado desse desmedido acto e por tudo que possa vir a acontecer quer com Jacinto Wacussanga ou qualquer outro cidadão cujo nome tenha sido de forma incompetente e abusiva aliado ao processo dos "15+2".
Por último, a Associação OMUNGA aproveita para mais uma vez esclarecer públicamente que não irá dispensar José António Patrocínio, seu coordenador e membro fundador, para participar nas sessões de julgamento do processo dos "15+2" como declarante, enquanto não foram seguidos os merecidos passos que respeitem o artigo 1º da nossa Constituição que garante que "Angola é uma República soberana e independente, baseada na dignidade humana e na vontade do povo angolano."

José António Martins Patrocínio

Coordenador

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