01/12/2008

PROTAGONISMO POLÍTICO DA JUVENTUDE: Quais os factores de dinamização da participação política da juventude


1. Introdução


Falar de participação politica da juventude implica a abordagem dos espaços onde acontecem as acções politicas concretas do indivíduo e dos factores que concorrem para a sua realização.

Esta dinâmica participativa tem a ver com um processo de metamorfose pessoal referenciado em valores cívicos e democráticos.

É cada vez mais notório o interesse da juventude angolana em participar na vida politica do país, mas o grande obstáculo tem sido a falta de vontade politica por parte das autoridades governamentais em investir nos mecanismos que contribuam para a formação da consciência politica e cidadã dos jovens.

Aqui parte-se de princípio que a educação não apenas integra o indivíduo ao meio social, mas também lhe proporciona uma maior capacidade de autonomia e, por isso mesmo, de interferência no meio social na conquista de direitos.

Em Angola, as escolas e os meios de comunicação social públicos como espaços de valores por excelência, demitiram-se das suas responsabilidades de fornecer um conjunto de ferramentas necessárias que possibilite aos jovens criarem um mundo simbólico o qual organizam as suas experiências pessoais e assumem a sua autoria no processo de transformação e construção dum país sem exclusão social, pobreza e intimidações.
” Segundo Pedro Cardoso, com a abertura politica de 1992, a consciencialização politica dos angolanos em geral e dos jovens em particular, tem vindo a crescer. Esta percepção encontra eco na visão reduzida ou nula que os jovens têm dos seus direitos políticos enquanto cidadãos.”

2. Comunicação Social

“ Para alguns estudiosos as comunicações não intervém directamente no comportamento explícito, mas sim tende a influenciar o modo como destinatário organiza a sua imagem do ambiente.”

Partindo desta pressuposto, os jovens em função das suas concepções desenvolvem uma sociedade e constroem a sua própria identidade, instalando-se de forma segura no mundo. Mas isso não será possível enquanto o poder da média continuar limitado pelas ambições politica da classe governante.

Alem da falta de pluralismo e imparcialidade dos órgãos públicos de informação angolanos, a imprensa independente tem encontrado serias dificuldades de preencher o vazio deixado pelo Estado na formação da consciência politica da juventude.

Nos últimos tempos, as autoridades angolanas têm desenrolado um conjunto de acções intimidatorias contra jornalistas independentes. A rádio privada, como por exemplo, a Emissora Católica de Angola vê-se impedida de expandir o seu sinal fora da província de Luanda.

Mas que um meio de divulgação dos direitos e deveres do cidadão, a media aparece como um autentico espaço de realização de cidadania da juventude, encontro de culturas e promoção da solidariedade humana.

3. Educação

Não é possível democratizar a sociedade angolana se não transformemos a escola e a família em referência em torno do qual a pessoa se constitui.

Como dizia Paulo Freire “ a satisfação com se põe em face dos alunos, a segurança com que lhes fala, abertura com que ouve, a justiça com lida com os seus problemas fazem do educador democrata um modelo “

A corrupção que ainda grassa no sistema de ensino público angolano tem impedido as crianças e jovem de formarem uma consciência pública.

A escola está longe de ser um espaço de aprendizagem da cidadania e de transformação da juventude em agente da mudança na média em que “o aluno é reduzido a memorização mecânica do que o professor deposita nele.”

A democracia é um processo a longo prazo que não se limita apenas à arena eleitoral formal, mas no alargamento dos novos espaços democráticos e de participação, tendo em conta o contexto, o legado histórico e cultural de cada povo. A democracia é um processo de aprendizagem.


Por António Capalandanda

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