31/08/2017

POPULARES DO CAIMBAMBO REFUGIAM-SE NAS MATAS COM MEDO DA GUERRA

Secretária da UNITA no Caimbambo
POPULARES DO CAIMBAMBO REFUGIAM-SE NAS MATAS COM MEDO DA GUERRA
Lobito, 31.08.2017

A OMUNGA tem vindo a fazer uma volta pelos municípios ouvindo os partidos políticos, as autoridades tradicionais, as CME e entidades religiosas. Hoje esteve no Caimbambo, representado pelo seu activista voluntário Bento Adriano e o repórter comunitário Eduardo Ngumbe. Desta visita apenas conseguiu conversar com o 1º secretário do MPLA que não aceitou gravar, como com o regedor que também não aceitou gravar. No entanto a secretária da UNITA deu uma entrevista onde abordou o recente processo eleitoral.

Começou por falar da campanha onde, segundo ela, continuaram a verificar-se situações de intolerância política. Falou depois sobre os problemas verificados em relação ao funcionamento de algumas Assembleias de Voto.

No entanto, está confiante e garante que a população está calma, embora haja populares a refugiarem-se nas matas já que, segundo ela, “o MPLA andou a ameaçar dizendo que se a UNITA ganhar vai haver guerra.

Entretanto hoje estaria para ocorrer uma plenária da Comissão Provincial Eleitoral de Benguela, para a qual a OMUNGA fora convidada (na qualidade de observador) mas que no final não ocorreu.

30/08/2017

FICARAM ANGOLANOS COM O SEU DIREITO DE VOTAR NEGADO PELA CNE


FICARAM ANGOLANOS COM O SEU DIREITO DE VOTAR NEGADO PELA CNE
Lobito, 30.08.17

O país continua expectante quanto aos resultados das eleições de 2017. Os partidos da oposição, nomeadamente a CASA-CE, PRS e UNITA apresentam muitas reclamações, quer como a CNE iniciou o processo de apresentação dos resultados provisórios, quer, agora como as CPEs estão a querer aprovar os escrutínios provinciais, pelo menos de 8 províncias (das 11 onde se considera ter concluído o processo).

O direito ao voto é um direito fundamental. Milhares de pessoas em Angola viram-se forçadas a não exercer esse seu direito devido a problemas provocados pela própria CNE ao ter atribuido de forma errónea mesas de voto diferentes e distantes dos locais de residência e de acualização dos eleitores, como ainda por alteração da localização das referidas assembleias de voto.

Por tal motivo, de forma excepcional, a CNE decidiu que algumas povoações pudessem ter vindo a exercer o referido direito a 26 de Agosto. A nível da província de Benguela, foi o caso da povoação da Sambwandja, município do Balombo.

Infelizmente, nem todas as povoações foram abrangidas por este plano. É o caso da Assembleia de Voto 5923 (Bocoio). No dia de votação, o dístico (banner) desta assembleia foi encontrado guardado junto ao material da AV 5917 que funcionou na aldeia da Chitama, não se sabendo do paradeiro quer do seu material eleitoral nem dos seus membros, com excepção do seu presidente que foi encontrado a trabalhar na AV 5890.

A UNITA apresentou a reclamação datada de 23 de Agosto junto da CME do Bocoio, sem que no entanto tenha sida reposta a legalidade. Ainda na sexta-feira 25, a OMUNGA apresentou a mesma informação junto da CPE de Benguela.


O que é preocupante é que este tipo de situações têm-se vindo a registar eleições após eleições mesmo com as reclamações dos partidos da oposição que acreditam que são propositadas e sem qualquer atenção por parte da CNE. Por isso somos obrigados a considerar a CNE como responsável pela abstenção forçada registada em 2017.

28/08/2017

SAMBWANDJA PÕE FIM AO PROCESSO DE VOTAÇÃO EM BENGUELA


SAMBWANDJA PÕE FIM AO PROCESSO DE VOTAÇÃO EM BENGUELA
Lobito, 28.06.2017

A 26 de Agosto, deu-se por terminado o período de votação das eleições de 2017 em Angola. Na província de Benguela, a aldeia de Sambwandja, na comuna do Chingongo, município do Balombo, foi uma dessas localidades onde o exercício do direito ao voto, ocorreu nesse dia. Possivelmente por tal motivo, a aldeia recebeu uma visita de uma delegação da CNE provincial e de jornalistas da TPA, TV Zimbu e Rádio Mais.

Esta pequena povoação fica a cerca de 45 km da sede municipal. Uma pequena parte deste percurso não permite a circulação de veículos automóveis. O acesso faz-se a pé ou de motorizada, como foi o nosso caso.

Uma equipa de observadores nacionais da OMUNGA, representando a Plataforma Elitoral da Sociedade Civil – Benguela (PESCB) e dentro da estratégina nacional do Observatório Nacional Eleitoral (ObEA), constituída por José Patrocínio e Prata Kumi, dirigiu-se logo pelo amanhecer a partir do Lobito para aquela localidade. A viagem de carro foi até à sede da comuna e daí, com o apoio de motorizadas de populares, deslocaram-se até Sambwandja.

O clima era bastante calmo. O material da Assembleia de voto (AV) 5076, conjuntamente com os membros da mesa de voto, foram transportados na tarde do dia anterior por helicóptero. Havia no exterior afixada a lista de eleitores que correspondiam a 100 cidadãos.

O facto que fez com que esta população não tivesse votado a 23 de Agosto, conforme o previsto, foi devido à colocação da AV ter sido colocada noutra localidade bastante distante da povoação onde era previsto, conforme explica o presidente da AV.



Isto fez com que a população tivesse andado de localidade em localidade sem êxito, conforme explica o soba e provocou ainda com que outros eleitores continuassem sem votar, pelo menos 6, já que as AV em que foram colocados não corresponderam com o local onde os mesmos fizeram a reatualização, conforme conta o soba.




A população correspondeu com a expectativa e com civismo, demonstrando um eevado grau de maturidade. 


22/08/2017

PROBLEMAS COM CREDENCIAMENTO E AMEAÇAS DE GUERRA TÊM PALCO NO BOCOIO

Durante o trabalho de terreno que produziu o relatório "Guerra em tempo de Paz"

PROBLEMAS COM CREDENCIAMENTO E AMEAÇAS DE GUERRA TÊM PALCO NO BOCOIO
Lobito, 22.08.2017

O activista Prata Kumi esteve ontem no Bocoio dentro do trabalho de observação do processo eleitoral. Aproveitou para ouvir Fernando Calima, secretário da CASA-CE no Bocoio.

Calima realçou as dificuldades que têm sido encontradas e que ainda até hoje não estão completamente solucionadas, em relação ao credenciamento dos delegados de lista.

Por outro lado, falou também do ambiente político realçando o clima de amedrontamento que tem vindo a fazer com que muita população esteja a abandonar as suas áreas de origem, com medo de eventual guerra depois das eleições.

Lembrar que devido a conflitos de intolerância política, ocorridos a 26 de Maio do corrente ano, na povoação da Balança, comuna do Cubal do Lumbo, município do Bocoio, mais de 3000 pessoas viram-se obrigadas a abandonar as suas áreas de origem, tendo-se refugiado na sede municipal, no Lobito e na Canjála.

A OMUNGA aproveita a oportunidade para apelar às autoridades, com especial enfoque para a Comissão de Pacificação existente no município, e a CNE, para que criem as condições de forma a garantir que as eleições de amanhã sejam livres, transparentes e justas.

O POVO MERECE!


21/08/2017

CNE DE TROPESSÃO EM TROPESSÃO – CIDADÃO É ASSASSINADO NO BOCOIO POR INTOLERÂNCIA POLÍTICA


CNE DE TROPESSÃO EM TROPESSÃO – CIDADÃO É ASSASSINADO NO BOCOIO POR INTOLERÂNCIA POLÍTICA
Lobito, 21.08.2017

Os activistas da OMUNGA estiveram hoje, segunda-feira 21, mais uma vez no município do Bocoio para monitorar o andamento do processo eleitoral.

Desta feita, entre os líderes dos partidos políticos entrevistados, ouviu o secretário municipal da UNITA.

Este apontou as dificuldades que vivem até hoje em relação ao credenciamento dos delegados de lista, a “dispersão das listas dos eleitores que faz com que até ao momento muitos cidadãos ainda não sabem onde vão votar, trocas de assembleias”.

Falou também da intimidação política que “ainda continua”. Falou do assassinato de Adriano Cateve Viti, ocorrido do Evole a 12 de Agosto, por intolerância política, como a detenção de delegados de listas durante a noite de ontem pela polícia nacional, para além da movimentação de populares que estão a fugir das suas áreas de origem porque estão a ser informados que depois das eleições vai haver guerra”:

GUERRA EM TEMPO DE PAZ FOI DEBATE EM LUANDA


GUERRA EM TEMPO DE PAZ FOI DEBATE EM LUANDA
Lobito, 21.08.2017

A 17 de Agosto, no Hotel Fórum, a associação OMUNGA organizou mais um Quintas de Debate intitulado GUERRA EM TEMPO DE PAZ, onde se fez a apresentação do relatório sobre a análise do contexto político que se vive no município do Bocoio, província de Benguela.

O relatório é resultado de um trabalho de cerca de dois meses no terreno, levado a cabo pela Plataforma Eleitoral da Sociedade Civil . Benguela (PESCB) que engloba a ADRA, AJS, CRB, OHI, OHPA e OMUNGA.

A ideia do trabalho surgiu depois dos acontecimentos de 26 de Maio, na povoação da Balança, comuna do Cubal do Lumbo, Município do Bocoio que provocou mais de 3000 pessoas deslocadas.



Foram ainda ouvidos testemunhos de diferentes tipos de acontecimentos que têm vindo a viver naquele município ao longo dos anos.


Testemunha fala dos acontecimentos ocorridos a 12 de Abril de 2015 no Monte Belo (Bocoio)


Testemunha fala do assassinato do seu filho ocorrido em 2011 em consequência de intolerância política (Bocoio)

CAMPANHA PELO RESPEITO À DIFERENÇA E PELA TOLERÂNCIA POLÍTICA ENVOLVE RAPPERS


CAMPANHA PELO RESPEITO À DIFERENÇA E PELA TOLERÂNCIA POLÍTICA ENVOLVE RAPPERS
Lobito, 21.08.2017

Em prol do respeito pela diferença e pela tolerância política, a OMUNGA arranou com uma campanha que envoveu rappers do Lobito, Caimbambo, Huambo e Luanda.

Dentro desta campanha, organizaram-se 3 espectáculos, tendo sido o primeiro no Caimbambo, seguido no Lobito e finalmente em Luanda.

No espectáculo do Lobito, juntou também um grafiteiro. Para além dos espectáculos, gravaram-se dois CD e editou-se um vídeo clip que foi apresentado a 17 de Agosto, no hotel Fórum, em Luanda.




10/08/2017

SOLIDARIEDADE COM A ESCOLA DA LÓMEA


SOLIDARIEDADE COM A ESCOLA DA LÓMEA
Lobito, 10.08.17

A Associação OMUNGA em parceria com o atelier Era Uma Vez, desenvolvem uma campanha de solidariedade para com a escola da Lómea.

A Lómea é uma povoação que se localiza no município do Caimbambo. A campanha conta com o apoio do cartoonista Sérgio Piçarra e do rapper Pobre 100 Culpa.

Ajude você também.

01/08/2017

INTOLERÂNCIA POLÍTICA – GUERRA EM TEMPO DE PAZ


INTOLERÂNCIA POLÍTICA – GUERRA EM TEMPO DE PAZ
Lobito, 01.08.2017

Na tarde de quinta-feira, 3, o Hotel Praia Morena foi mais uma vez palco de mais uma edição do Quintas de Debate.

A sessão realizou-se para abordar sobre intolerância política. A actividade teve como base, o trabalho que a Plataforma Eleitoral da Sociedade Civil – Benguela (PESCB) desenvolve desde 20 de Junho no município do Bocoio.

O objectivo não foi o de apontar o dedo a este ou àquele partido mas, através de informações recolhidas e analisadas e também de testemunhos directos de actos de intolerância política, sofridos naquela parcela da província de Benguela, desde pelo menos 2004, muito pouco tempo depois do processo de desmobilização, provocar a reflexão sobre o assunto.

Enquanto os discursos apontam para a existência de paz e que tenha mesmo conseguido apontar um arquitecto da mesma, a realidade é bastante diferente. Naquele município, como em outros municípios desta província de Benguela, nomeadamente Balombo, Caimbambo e Cubal, o que parece é que na realidade nunca se viveu um verdadeiro período de reconciliação nacional e muito menos de pacificação.

Baseando-se na desconfiança, na partidarização das estruturas administrativas e das autoridades tradicionais, o que se sente é realmente um clima de instabilidade e de medo.

Estando Angola à beira da realização de mais umas eleições, considerou-se importante, partindo dessa reflexão, fazer-se a denúncia da real situação.

A 26 de Maio, um grupo de militantes do MPLA agrediu violentamente um grupo de militantes da UNITA que pretendiam realizar uma actividade de colocação da sua bandeira e de formalizar a sua actividade política na aldeia da Balança, comuna do Cubal do Lumbo, município do Bocoio.

Segundo as informações, os militantes do MPLA garantem que não querem a implantação da UNITA naquela localidade. Em represália, os militantes da UNITA, em pelo menos 2 outras comunas, arrancaram e queimaram as bandeiras do MPLA. Em consequência disso, foram registados mais de 3 mil deslocados e foi constituída uma comissão de pacificação, que envolve a administração, o comando da polícia, o MPLA, a UNITA e o comando militar.

Segundo a Administração, a situação voltou à calma e as populações regressaram às áreas de origem. Segundo a UNITA e outras fontes, isso não corresponde completamente com a verdade. No entanto, o que é certo é que a Administradora não aconselhou à delegação que se deslocasse àquela aldeia para realizar o seu trabalho de monitoria.

Bocoio já foi marcado pelo assassinato do secretário municipal da UNITA e de outros militantes, atos de tortura e de agressão, mesmo com o envolvimento da polícia nacional e das próprias estruturas administrativas, conforme as denúncias.

Embora se tente restringir o conflito e a intolerância aos dois partidos, MPLA e UNITA, o que é verdade é que os actos de intolerância política têm também afectado outros partidos, nomeadamente a CASA-CE, pior que isso, é que ultrapassa o próprio limite dos partidos políticos e afeta inclusivamente a sociedade civil. É o caso do CRB (Círculo Rastafari de Benguela) em que foram chamados ao MPLA e à polícia sob acusação de que estariam a criar núcleos da UNITA junto das comunidades com as quais trabalham.

Com o propósito de chamar à atenção que a paz não é obra de um arquitecto mas que exige o envolvimento de todos nós, a OMUNGA decidiu realizar esta edição do Quintas de Debate, sobre este tema. Por favor acompanhem o debate na íntegra.

PARTE I


PARTE II