Desde 2003, 1137
famílias de ex militares continuam à espera de que o governo cumpra os
compromissos assumidos durante os acordos, para a cedência de terras para seu
assentamento.
Segundo Justino Pedro
Batista, um dos ex militares, chegaram ao Lobito em 2003 sem quaisquer
condições ficando em casas de familiares e de aluguer. Endereçaram os devidos
documentos ao governo local, para cedência de parcelas de terra.
Em 2005, endereçaram
novo documento à Administração municipal do Lobito que respondeu positivamente
disponibilizando uma parcela no Bairro da Lixeira - Candimba. Os ex militares contribuíram
para a compra da corda que serviria para demarcar os talhões e ficaram a
aguardar pelas máquinas que a Administração iria disponibilizar para fazer a
terraplanagem.
Com alguma surpresa,
viram frustrados os seus anseios e direitos quando se aperceberam que o governo
destinou naquele espaço aos moradores desalojados do prédio dos Transportes
(B.º da Restinga) e do Prédio da Rádio.
É assim que, através
da comissão que criaram, identificaram este ano um terreno na zona alta da
cidade perto da futura refinaria. Depois de identificado, remetem novo
documento à administração e ficaram a aguardar os 90 dias que lhes foi
garantido que, por lei, lhes seria dada a resposta.
Passado este tempo e
como não lhes foi dada qualquer resposta, pelo que deve ser considerado como
resposta favorável, decidiram iniciar as obras para a ocupação.
Entretanto, depois do
prazo, a Administração informa-os que deveriam aguardar pelo programa de
governo de reconstrução do país. Desesperados e com a experiência que tiveram
em 2005, decidiram mesmo assim avançar com a ocupação.
Os ex militares,
fizeram contribuição entre si para poderem alugar uma máquina que pudesse abrir
a picada por onde poderiam posteriormente transportar os materiais de
construção. A movimentação da máquina custa mil dólares e por cada hora de
trabalho cobra 25000,00 Kz, o equivalente a 250 usd.
É aqui que começam os
grandes conflitos. Os fiscais impediram que a máquina trabalhasse e fizeram-na
regressar. Com o envolvimento da polícia, dias depois, 6 dos responsáveis da
comissão são detidos na 1.ª e na 2.ª esquadra.