31/07/2013

EX MILITARES NO LOBITO EM CONFLITOS DE TERRA



Desde 2003, 1137 famílias de ex militares continuam à espera de que o governo cumpra os compromissos assumidos durante os acordos, para a cedência de terras para seu assentamento.

Segundo Justino Pedro Batista, um dos ex militares, chegaram ao Lobito em 2003 sem quaisquer condições ficando em casas de familiares e de aluguer. Endereçaram os devidos documentos ao governo local, para cedência de parcelas de terra. 

Em 2005, endereçaram novo documento à Administração municipal do Lobito que respondeu positivamente disponibilizando uma parcela no Bairro da Lixeira - Candimba. Os ex militares contribuíram para a compra da corda que serviria para demarcar os talhões e ficaram a aguardar pelas máquinas que a Administração iria disponibilizar para fazer a terraplanagem.

Com alguma surpresa, viram frustrados os seus anseios e direitos quando se aperceberam que o governo destinou naquele espaço aos moradores desalojados do prédio dos Transportes (B.º da Restinga) e do Prédio da Rádio.

É assim que, através da comissão que criaram, identificaram este ano um terreno na zona alta da cidade perto da futura refinaria. Depois de identificado, remetem novo documento à administração e ficaram a aguardar os 90 dias que lhes foi garantido que, por lei, lhes seria dada a resposta.

Passado este tempo e como não lhes foi dada qualquer resposta, pelo que deve ser considerado como resposta favorável, decidiram iniciar as obras para a ocupação.

Entretanto, depois do prazo, a Administração informa-os que deveriam aguardar pelo programa de governo de reconstrução do país. Desesperados e com a experiência que tiveram em 2005, decidiram mesmo assim avançar com a ocupação.

Os ex militares, fizeram contribuição entre si para poderem alugar uma máquina que pudesse abrir a picada por onde poderiam posteriormente transportar os materiais de construção. A movimentação da máquina custa mil dólares e por cada hora de trabalho cobra 25000,00 Kz, o equivalente a 250 usd. 

É aqui que começam os grandes conflitos. Os fiscais impediram que a máquina trabalhasse e fizeram-na regressar. Com o envolvimento da polícia, dias depois, 6 dos responsáveis da comissão são detidos na 1.ª e na 2.ª esquadra.



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