30/09/2013

LEI GERAL DE TRABALHO EM DEBATE NO QUINTAS

(foto de arquivo)


No dia 26 de Setembro, aconteceu mais um QUINTAS DE DEBATE. Este é um dos primeiros, depois de cerca de um ano de paralisação. 

O debate começou com cerca de 35 minutos de atraso, porque o prelector não pôde estar presente na hora marcada devido à sua agenda. 

Mas antes mesmo de o prelector chegar, a sala já estava cheia. Participaram do debate cerca de 100 pessoas. 

O encontro aconteceu na sala de audiência do Instituto Superior Maravilha, em Benguela e teve como tema “O Ante-Projecto da Lei Geral do Trabalho: Vantagens e Vantagens para os Trabalhadores e Empregadores”.

Este foi tema escolhido por causa da necessidade encontrada de discutir pública e profundamente este Ante-Projecto, devido às contradições que surgem da sua análise em relação à vigente lei e à situação actual dos trabalhadores do ramo privado. Vale aqui lembrar que a Lei Geral do Trabalho regula apenas as relações laborais entre empregados e empregadores privados.

O orador do tema foi o Dr. João Chimbele, Advogado, docente universitário e notário adjunto do Lobito. Por ser versado em Direito Privado, foi a pessoa ideal para apresentar o tema e assim fomentar debate em torno do mesmo.

Na sua apresentação, o orador preferiu apresentar os pontos positivos que o Ante-Projecto trás, no que toca à garantia dos trabalhadores em relação aos abusos por parte dos empregadores. Disse que quando se notar uma infracção civil ou criminal por parte da entidade empregadora contra empregados, estes últimos podem fazer valer os seus direitos directamente no tribunal, sem passar por uma outra entidade. Por outras palavras, para o orador, este Ante-Projecto tem menos burocracia em caso de conflitos laborais, comparando com a actual lei.

O orador ainda chamou atenção deste Ante-Projecto conter responsabilidade do Estado no que se relaciona à estabilidade laboral. 

Houve 11 intervenções dos participantes e convidados. 

Uns chamaram atenção do facto deste Ante-Projecto definir o dia do sábado como um dia laboral normal. Nas suas opiniões, esta norma choca com outra constitucional que garante direito à religião e à liberdade de culto, no caso dos crentes da igreja do sétimo dia.

Outros levantaram a questão da falta de inspecção em muitos locais de trabalho. Acusam que em muitos locais de trabalho as condições laborais são péssimas e os trabalhadores correm, muitas vezes, riscos de serem intoxicados ou infectados por doenças.

Há ainda quem denunciou os despedimentos abusivos por parte de muitas entidades empregadoras a nível do país e os tribunais não têm estado engajados na resolução deste problema, expondo cada vez mais o lado fraco da relação jurídico-laboral do empregado.

Participaram do debate estudantes universitários, representantes de instituições públicas, privadas e partidárias, além de outros participantes em geral.

(texto de Dino Jimbi, imagens de Domingos Mário)


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