Angelino Roque de Oliveira, responsável da equipa Recreativo do Congo,
dum dos bairros desta cidade do Lobito, contactou a OMUNGA para numa entrevista
expor a sua preocupação em relação ao facto da sua equipa não ter podido
participar na edição deste ano do Gira Bairro.
Segundo aquele responsável, depois da 16ª edição do campeonato, a sua
equipa foi apurada para a 17ª edição. Durante as reuniões que tiveram, com a
equipa de coordenação do campeonato, nunca lhes informaram sobre a data de
pagamento da taxa de inscrição, e ficaram espantados quando no último dia de pagamento,
lhes informaram que só tinham mais algumas horas para efectuarem o mesmo e que
no momento de pagamento o responsável tinha de ir levar os valores (46.000 KZs)
pessoalmente. Como o responsável estava de viagem eles concordaram em se fazer
a entrega até as 17 horas.
Quando eram 16 horas o responsável da equipa ligou para os responsáveis da
coordenação do campeonato informando-lhes que já estava em Benguela, pelo que
recebeu a resposta de que estavam reunidos, e como o mesmo não podia fazer mais
nada, esperou até que a reunião terminasse.
Quando eram 17 horas o responsável da equipa voltou a ligar para a
coordenação, e como resposta o coordenador do campeonato mandou dirigir-se ao responsável
do “movimento espontâneo”, e como era já tarde, ele decidiu ir ter com o mesmo
no dia seguinte.
Quando foi ter com o homem do movimento espontâneo, o mesmo informou que
só recebeu o relatório de 13 equipas, pelo que a deles não estava nomeada, e
prometeu fazer de tudo para que a equipa voltasse a competir. Como a demora era
tanta, Angelino Roque voltou a ligar para ele, mas já não atendiam o seu
terminal.
Num domingo, depois de um jogo amigável, o responsável da equipa
desportivo da Zâmbia, apanhou o secretário da coordenação, interrogando-lhe
sobre a situação da equipa Recreativo do Congo, e o mesmo respondeu dizendo que
o problema tem a ver com o “partido”, dizendo que “o partido é que pensou tirar
a equipa da competição”. Quando voltaram a interrogá-lo sobre os motivos, ele
respondeu que simplesmente “o partido decidiu”.
Quando receberam a informação, os responsáveis da equipa (Recreativo do
Congo) ficaram muito preocupados visto que é uma actividade que envolve a
sociedade em geral, e decidiram aprofundar mais a investigação.
No fim descobriam que depois de terem participado em 4º campeonato,
foram impedidos de participar no 5º por serem da UNITA, e que o MPLA não pode
criar nenhum contacto com a UNITA.
A OMUNGA já desenvolveu os seus contactos e ficou marcado um encontro para
os próximos dias entre os responsáveis pela organização do campeonato e os
responsáveis do Recreativo do Congo para se tentar ultrapassar este grave
problema.
(texto, entrevista e imagens de Domingos Mário)
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