12/01/2015

COMBATE AO TERRORISMO NÃO DEVE SIGNIFICAR RESTRIÇÃO DE DIREITOS E LIBERDADES


Todos os actos terroristas, sejam eles executados por indivíduos, grupos ou Estados, devem ser veementemente condenados e combatidos.

Por isso não podemos deixar de condenar os actos ocorridos em França e solidarizarmo-nos com os familiares, amigos e colegas das vítimas.

Também não podemos deixar de expressar o nosso apresso e admiração aos milhões que por cidades francesas, e não só, se manifestaram como forma de protesto, solidariedade e em nome da defesa do mais importante direito de ser diferente, na origem, nas orientações, nas ideias.

A liberdade de expressão, intrínseca à dignidade humana, liga-se obviamente ao reconhecimento de que todos somos diferentes, tendo nascido iguais em direitos.

Nós acompanhámos a preocupação de várias organizações de direitos humanos, como os Repórteres Sem Fronteiras, em relação ao aproveitamento político dos tristes acontecimentos que todos condenamos.

A OMUNGA faz parte desta linha de pensamento que exige ações concretas de combate a todo o terrorismo, não permitindo-se estratificar este tipo de intervenção criminosa. Acreditamos que esta acção global passa pela mudança dos sistemas políticos que actualmente dominam o cenário mundial, com um combate à corrupção e à pobreza e com uma real integração de todos nós no processo de construção de um global e um local de todos nós.

Estamos bastante preocupados que, antes pelo contrário, o aproveitamento político por parte das lideranças mundiais leve à implementação de ações que sejam precisamente no sentido inverso, do incentivo da intolerância e descriminação.

Apontam para tal percepção, a possibilidade do endurecimento das medidas anti emigrantes, da limitação do direito à circulação na própria União Europeia e, como logicamente contraditório, na limitação da liberdade de expressão e de informação com o controlo da internet e das redes sociais.

Perante este quadro de possibilidades, a OMUNGA espera que todos nós, onde quer que estejamos, ao mesmo tempo que repudiamos os actos terroristas de grupos extremistas, condenamos também os actos terroristas dos Estados como foi o que ocorreu no Iraque, na Líbia e acontece na Palestina e devemos defender a todo o custo os nossos direitos e liberdades mais que essenciais para a manutenção da espécie humana, enquanto agregado social.


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