04/05/2017

QUE A VOTAÇÃO RESULTE DE TOMADAS DE CONSCIÊNCIA DE TODOS OS CIDADÃOS


QUE A VOTAÇÃO RESULTE DE TOMADAS DE CONSCIÊNCIA DE TODOS OS CIDADÃOS
Lobito, 04-05-2017

Em entrevista à equipa da OMUNGA, Édio Martins, Director Geral do ISP Lusíada de Benguela, começou por dizer, referindo-se à realização das próximas eleições, que “para já cumpre-se uma das dimensões principais da democracia, que é a necessidade do poder, do governo, dos órgãos de soberania, serem legitimados através do voto popular.

Isto é o aspecto central, fundamental, de qualquer democracia moderna e por isso o acto eleitoral, as eleições, fazem parte desse processo e sinto-me satisfeito, sinto-me reconhecido enquanto cidadão nacional, pela possibilidade de haver eleições e poder votar”.

O académico reconheceu que “os momentos de eleições são sempre como o início do ano lectivo, é o início sempre de um ciclo e há sempre expectativas que com este início de ciclo, haja possibilidade de alguma das esperanças concretizarem, algumas das situações que não se conseguiram resolver no passado, se possam resolver, ou pelo menos iniciar a sua solução, a sua resolução e possa por isso haver o incremento de muitas das situações que são expectantes, esperadas pela sociedade em geral, sobretudo pelas componentes mais frágeis da sociedade que revejam-se nesse início de ciclo, em novas oportunidades e que a esperança ao ser renovada, que seja mais do que isso e que se confirme pela efectiva melhoria da qualidade de vida”.

Falando de si, disse: “Eu tenho expectativas, tenho grande esperança de que isso possa acontecer. Sei, sabemos, que não acontecerá de um dia para o outro, mesmo nesta renovação de ciclo, há de facto uma situação de conjuntura que não é muito favorável, mas os grandes homens, as grandes nações, os grandes povos sobretudo conseguem afirmar-se é na capacidade de ultrapassarem as crises e acho que é uma boa oportunidade para nos revermos neste processo”.

Édio Martins reforçou a ideia de que as eleições já deveriam fazer parte do ciclo normal da vida dos angolanos e por isso já não se devia fazer tanto alarido à volta das mesmas, tendo afirmado que “até, independentemente da vontade de cada um e do interesse de cada um daquilo que seja o resultado das eleições, eu acho quase não devia-se falar de eleições, isto porquê(?), é o normal. As coisas normais não se falam. Estamos a falar muito em eleições, parece que é uma excepcionalidade, é algo muito excepcional, mas não é. Estava previsto, está dentro do cíclo eleitoral. O nosso regime prevê eleições que simultâneamente servem para a Assembleia Nacional e para o Presidente da República, de acordo ao nosso quadro constitucional e por isso é normal”.

Acredita, no entanto que deve haver muito trabalho de educação cívica eleitoral, “divulgar informação, fazer com que todo o cidadão nacional esteja informado dos seus direitos, dos seus deveres, daquilo que são as suas expectativas, as suas esperanças e que haja o máximo de cidadãos a votarem, haja o máximo de representatividade a votar, porque isso dá maior legitimidade”.

Concluiu o desejo de “que essa votação resulte de tomadas de consciência, informadas de todos os cidadãos. Se assim acontecer, só temos que estar todos felizes, independentemente do resultado, poder ou não, ser de acordo à nossa própria vontade”.

Édio Martins prestou estas declarações à margem do Quintas de Debate de 20 de Abril, organizado pela OMUNGA sobre o tema “O papel da Sociedade Civil no Processo de Paz”, em que vou prelector o Reverendo Ntoni-Zinga.


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