A candidata independente à presidência da República, orientou uma palestra dirigida aos moradores do B.º da Luz, realizada na escola Mutu ya Kevela, alusiva ao Março Mulher, a 07 de Março de 09.
Para todas as mulheres de Benguela, de Angola, de África e do mundo inteiro, gostaria de aproveitar esta soberba oportunidade para endereçar a minha palavra de solidariedade e compaixão. Nesta data quão especial que é o 8 de Março dedicada à Mulher, não vou tecer um discurso, quero sim juntar às demais, a minha mensagem enriquecida de muito significado.
Muito mais gostaria de fazer para além de contribuir com simples palavras, mas tenho fé que não tarda o dia, outra oportunidade se vai oferecer para contribuirmos de forma mais efectiva, com acções práticas que visem o melhoramento da condição de vida das mulheres de toda Angola. Pois, não considero este um dia somente de festa. O 8 de Março é uma jornada para reflexão, é um dia em que todos nós, mulheres e homens, somos chamados a dedicar um minuto de meditação à mulher como fonte geradora de vida e garante da perpetuidade humana.
O 8 de Março é um dia em que todos nós devíamos prestar juramento para não mais fazer sofrer aquela que todos nós devemos a nossa existência sobre a terra. Aquela que, nos momentos mais difíceis, nos momentos de dor e desespero sempre se predispõe ao nosso lado como mãe, simplesmente mulher ou fiel companheira. Nunca se falou tanto da mulher e se enalteceu seu papel na sociedade como agora em que o mundo da comunicação social não poupou esforços para divulgar mensagens e desenvolver temas que relembram os males de condutas conservadoras, ao mesmo tempo que traçam linhas para um entendimento muito mais cordial entre homem e mulher na nossa jovem sociedade.
E, este dia que todo o mundo reserva especial atenção à mulher em todos os estados, gostaria eu dedicá-lo muito particularmente para aquelas mulheres esquecidas que até aqui continuam prisioneiras dos preconceitos errados e que se colocam no estatuto de subservientes e vítimas de muitos humanos que ainda não compreenderam o valor da mulher na vida dos homens e das sociedades e o respeito e carinho que merece. Não nos esqueçamos: “Deus criou o mundo, mas é pela mulher que criou os homens”. Na África em especial, longe de ser amparada, “a mulher continua a ser a primeira vítima de todas as vítimas”, suportando dor ao gerar vida, dor ao ver o filho chorar, dor ao ser incompreendida pelo parceiro, dor ao ser estigmatizada pela sociedade como ser inferior e muitas vezes como criatura insignificante. Penso precisamente na mulher rural, a mulher do campo, aquela que tem que suportar sozinha, dia e noite as durezas da vida do quotidiano onde falta de tudo; aquela mulher que continua a transportar a lenha à cabeça, a transportar pesados bidões de água dos rios a longas distâncias e com o filho às costas, aquelas que continuam a sustentar sós a educação dos filhos e suas múltiplas vicissitudes.
Penso nelas e noutras como elas que ainda não se libertaram destes preconceitos erróneos alimentados por muitos homens não cultivados; homens que fazem da violência gratuita e por vezes selvagem, a solução de problemas que teriam um curso muito mais benéfico e proveitoso por via do diálogo e da compreensão mútua, tanto para um, como para outro, muito mais para os filhos que têm sido os mais prejudicados.
Caros cidadãos, eu também acredito que: é pelo trabalho na dimensão do ideal que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, mas é ainda e só, o trabalho árduo que poderá garantir à mulher uma independência concreta até aos próximos tempos. Angola continua ainda sob os efeitos de mais de duas décadas de guerra fratricida, em que os homens foram mortos e milhares de outros desaparecidos, e as mulheres forçadas a desempenhar o papel duplo de mãe e tutora e de chefe de família. Mesmo assim, nos múltiplos sectores e facetas da guerra, estiveram na primeira linha lado a lado com os homens, demonstrando valor igual.
Foi assim que a mulher desbravou caminhos e aprendeu na luta do dia-a-dia, a ser muito mais do que aquilo que os homens a caricaturaram ao longo de milhares de anos, como ser cuja missão é apenas a de natalidade. Mas, a história já provou que pode e por vezes muito mais e melhor. Porém, muito embora todas essas vitórias alcançadas só no final do século XX, fica muito difícil falar da emancipação da mulher.
Emancipação é algo tão complexo e tão complicado que, se for mal equacionada, tornamos a vida mecânica e a família como algo sem o sentido original de embrião propulsor de estabilidade da sociedade. Preferia de forma mais prudente ficar pela valorização da mulher no contexto do desenvolvimento, num palmarés igual ao do homem.
Segundo Kant: «O Homem não pode ser Homem senão através da educação; ele não é nada para além daquilo que a educação pode fazer dele». Por isso eu digo: Se no quadro das prioridades da reconstrução de um país, a educação e o ensino ocupa o lugar cimeiro, no meu entender, para que um país se levante e marche firme, é preciso investir na mulher. É pela educação e somente através dela que a mulher encontra todos os utensílios para atingir pelos próprios meios e caminhos as metas para sua verdadeira libertação.
Os países avançados já o provaram: uma sociedade com o maior número de mulheres instruídas, salvo algumas excepções, é uma sociedade com o número de meninos de rua muito reduzido, o aproveitamento escolar dos jovens muito mais elevado, a violência juvenil muito baixa e, indo mais além, diríamos mesmo, que muitos dirigentes não excederiam seus actos desumanos contra os seus, pois seriam muito melhor aconselhados pelas suas companheiras. Por isso, o meu apelo é: para além do apoio material, dos subsídios de maternidade, de assistência à mãe solteira e se pretendermos minimizar muitos males sociais, invistamos tudo quanto temos na educação e formação socioprofissional da mulher, para que ela possa exercer o papel pela qual vale sua existência para além de mãe; a mulher conselheira, protectora e guardiã do amor entre os homens, para que as sociedades encontrem a Paz e a concórdia que bem merecem.
Mulheres de Benguela, mulheres de Angola. Tenhamos coragem, fé em Deus e confiança em nós mesmas para desafiarmos o futuro com problemas muito mais sofisticados do que os do passado e que merecerão de todas nós, maior entrega e uma abordagem muito mais inteligente e realista.
Para terminar, há um ditado dirigido aos homens que diz: “Se quiseres ser respeitado e acarinhado pelo mundo, dê primeiro o carinho e o respeito à tua mulher.”
Para todas as mulheres de Benguela, de Angola, de África e do mundo inteiro, gostaria de aproveitar esta soberba oportunidade para endereçar a minha palavra de solidariedade e compaixão. Nesta data quão especial que é o 8 de Março dedicada à Mulher, não vou tecer um discurso, quero sim juntar às demais, a minha mensagem enriquecida de muito significado.
Muito mais gostaria de fazer para além de contribuir com simples palavras, mas tenho fé que não tarda o dia, outra oportunidade se vai oferecer para contribuirmos de forma mais efectiva, com acções práticas que visem o melhoramento da condição de vida das mulheres de toda Angola. Pois, não considero este um dia somente de festa. O 8 de Março é uma jornada para reflexão, é um dia em que todos nós, mulheres e homens, somos chamados a dedicar um minuto de meditação à mulher como fonte geradora de vida e garante da perpetuidade humana.
O 8 de Março é um dia em que todos nós devíamos prestar juramento para não mais fazer sofrer aquela que todos nós devemos a nossa existência sobre a terra. Aquela que, nos momentos mais difíceis, nos momentos de dor e desespero sempre se predispõe ao nosso lado como mãe, simplesmente mulher ou fiel companheira. Nunca se falou tanto da mulher e se enalteceu seu papel na sociedade como agora em que o mundo da comunicação social não poupou esforços para divulgar mensagens e desenvolver temas que relembram os males de condutas conservadoras, ao mesmo tempo que traçam linhas para um entendimento muito mais cordial entre homem e mulher na nossa jovem sociedade.
E, este dia que todo o mundo reserva especial atenção à mulher em todos os estados, gostaria eu dedicá-lo muito particularmente para aquelas mulheres esquecidas que até aqui continuam prisioneiras dos preconceitos errados e que se colocam no estatuto de subservientes e vítimas de muitos humanos que ainda não compreenderam o valor da mulher na vida dos homens e das sociedades e o respeito e carinho que merece. Não nos esqueçamos: “Deus criou o mundo, mas é pela mulher que criou os homens”. Na África em especial, longe de ser amparada, “a mulher continua a ser a primeira vítima de todas as vítimas”, suportando dor ao gerar vida, dor ao ver o filho chorar, dor ao ser incompreendida pelo parceiro, dor ao ser estigmatizada pela sociedade como ser inferior e muitas vezes como criatura insignificante. Penso precisamente na mulher rural, a mulher do campo, aquela que tem que suportar sozinha, dia e noite as durezas da vida do quotidiano onde falta de tudo; aquela mulher que continua a transportar a lenha à cabeça, a transportar pesados bidões de água dos rios a longas distâncias e com o filho às costas, aquelas que continuam a sustentar sós a educação dos filhos e suas múltiplas vicissitudes.
Penso nelas e noutras como elas que ainda não se libertaram destes preconceitos erróneos alimentados por muitos homens não cultivados; homens que fazem da violência gratuita e por vezes selvagem, a solução de problemas que teriam um curso muito mais benéfico e proveitoso por via do diálogo e da compreensão mútua, tanto para um, como para outro, muito mais para os filhos que têm sido os mais prejudicados.
Caros cidadãos, eu também acredito que: é pelo trabalho na dimensão do ideal que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, mas é ainda e só, o trabalho árduo que poderá garantir à mulher uma independência concreta até aos próximos tempos. Angola continua ainda sob os efeitos de mais de duas décadas de guerra fratricida, em que os homens foram mortos e milhares de outros desaparecidos, e as mulheres forçadas a desempenhar o papel duplo de mãe e tutora e de chefe de família. Mesmo assim, nos múltiplos sectores e facetas da guerra, estiveram na primeira linha lado a lado com os homens, demonstrando valor igual.
Foi assim que a mulher desbravou caminhos e aprendeu na luta do dia-a-dia, a ser muito mais do que aquilo que os homens a caricaturaram ao longo de milhares de anos, como ser cuja missão é apenas a de natalidade. Mas, a história já provou que pode e por vezes muito mais e melhor. Porém, muito embora todas essas vitórias alcançadas só no final do século XX, fica muito difícil falar da emancipação da mulher.
Emancipação é algo tão complexo e tão complicado que, se for mal equacionada, tornamos a vida mecânica e a família como algo sem o sentido original de embrião propulsor de estabilidade da sociedade. Preferia de forma mais prudente ficar pela valorização da mulher no contexto do desenvolvimento, num palmarés igual ao do homem.
Segundo Kant: «O Homem não pode ser Homem senão através da educação; ele não é nada para além daquilo que a educação pode fazer dele». Por isso eu digo: Se no quadro das prioridades da reconstrução de um país, a educação e o ensino ocupa o lugar cimeiro, no meu entender, para que um país se levante e marche firme, é preciso investir na mulher. É pela educação e somente através dela que a mulher encontra todos os utensílios para atingir pelos próprios meios e caminhos as metas para sua verdadeira libertação.
Os países avançados já o provaram: uma sociedade com o maior número de mulheres instruídas, salvo algumas excepções, é uma sociedade com o número de meninos de rua muito reduzido, o aproveitamento escolar dos jovens muito mais elevado, a violência juvenil muito baixa e, indo mais além, diríamos mesmo, que muitos dirigentes não excederiam seus actos desumanos contra os seus, pois seriam muito melhor aconselhados pelas suas companheiras. Por isso, o meu apelo é: para além do apoio material, dos subsídios de maternidade, de assistência à mãe solteira e se pretendermos minimizar muitos males sociais, invistamos tudo quanto temos na educação e formação socioprofissional da mulher, para que ela possa exercer o papel pela qual vale sua existência para além de mãe; a mulher conselheira, protectora e guardiã do amor entre os homens, para que as sociedades encontrem a Paz e a concórdia que bem merecem.
Mulheres de Benguela, mulheres de Angola. Tenhamos coragem, fé em Deus e confiança em nós mesmas para desafiarmos o futuro com problemas muito mais sofisticados do que os do passado e que merecerão de todas nós, maior entrega e uma abordagem muito mais inteligente e realista.
Para terminar, há um ditado dirigido aos homens que diz: “Se quiseres ser respeitado e acarinhado pelo mundo, dê primeiro o carinho e o respeito à tua mulher.”
1 comentário:
O seu sentimento poetico e real da mulher,deixou-me a esperança que pelo menos há quem pense e divulgue o real valor da mulher. Em vez de um dia internacional da mulher deveria talvez haver um grupo de mulheres que por exemplo anualmente fossem ajudadas.( o ideal seria uma ajuda diária. ) Você ilucidou o que penso, ou seja não pudemos mudar o mundo de um momento para o outro, mas se cada um de nós fizer a sua parte, talvez as coisas mudem. Um bem haja para si.
Uma mulher anonima.
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