OKUPAPALA DESENVOLVE OFICINAS
DE RAP COM ADOLESCENTES E JOVENS NAS COMUNIDADES
Lobito, 31-03-3017
A OMUNGA está a desenvolver
oficinas de Rap dirigidas a crianças de algumas escolas primárias públicas e a
adolescentes e jovens das comunidades onde estas escolas estão inseridas.
Estas oficinas são
desenvolvidas dentro de um pacote de uma série de outras oficinas das quais
realçamos a de capoeira e de técnicas de jornalismo e de vídeo reportagem. Têm
como objectivo de desenvolver práticas de cidadania utilizando habilidades e
aptidões específicas e ter essas acções como estratégia de desenvolvimento das
comunidades.
Acompanhem então a entrevista
feita ao animar da oficina, Cândido Toca.
ELEIÇÕES LIVRES JÁ! MENSAGEM
DE PAZ DA UNITA DO CAIMBAMBO PARA AS ELEIÇÕES
Lobito, 30-03-2017
O processo eleitoral 2017 já
está em curso e começa a andar a passos largos. Para isso, a OMUNGA esteve no
município do Caimbambo de 20 a 23 de Março para avaliar a actual situação do
ambiente político no que se refere à tolerância política.
Por isso ouviu Florença Kapita,
secretária municipal da UNITA que deixou uma mensagem para as eleições de 2017.
“Nunca tivemos liberdade desde a era colonial. Angola nunca conheceu uma
vida melhor. Assim apelo a todos cidadãos angolanos e em particular aqui no
Caimbambo para votarmos em massa para mudarmos o circulo da vida. Nova vida,
novo rumo. Vamos deixar o sofrimento. Votarmos para podermos ultrapassar todas
as situações que estamos a atravessar agora. É preciso paz e tolerância.”
ELEIÇÕES LIVRES JÁ!
MENSAGEM DE PAZ DO BD DO CAIMBAMBO PARA AS ELEIÇÕES 2017
Lobito, 30-03-2017
A OMUNGA esteve no
Caimbambo de 20 a 23 de Março a auscultar as diferentes entidades sobre o
ambiente que se vive neste momento naquele município, em relação à tolerância
política e eleições 2017.
Conversou com Estevão
Agostinho, representante do BD naquele município que enviou a sua mensagem de
paz para as eleições 2017.
“Principalmente para os governantes, líderes de municípios, líderes dos
partidos políticos, eles deviam ser pessoas exemplares. Aqueles que não olham
como o seu oponente como pessoa diferente. Eles deviam tratar como irmão. Nós
estamos no mesmo barco e a ideia é levar este barco num futuro bem melhor onde
todo o mundo tem direito de usufruir, tem direito de fazer o que quiser com a
vida dele desde que ele não venha a prejudicar o outro. Os líderes deviam ser
mais democratas, mais pacíficos. Aqueles que olham para o futuro de Angola e
não para o futuro do partido. Se juntos a gente encarregar-se de fazer isso,
creio que teremos um país lindo, um país sem problemas, sem feridas. É isso que
se quer.
Para a
sociedade em geral é sair pelo menos daquele medo, dizer – ah não, vai
acontecer isso, vai acontecer aquilo. Isso já passou, todo o mundo luta por um
país melhor, luta para o filho ter um estudo melhor, luta para ser doutor,
então creio que as pessoas deviam pensar neste futuro de construir a pátria
como uma só.”
MULHERES DO 16 DE
JUNHO PARTICIPAM NO ACTO DO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Lobito, 30-03-2017
Março é conhecido
como o “Mês da Mulher”, devido à comemoração a 8 deste mês, do dia
internacional da mulher.
Infelizmente em
Angola a desigualdade entre géneros é um facto alarmante e tem sido acompanhada
por um crescente aumento da violência doméstica. A polémica discussão sobre a
criminalização do abordo é um bom reflexo da grave situação.
A OMUNGA tem tentado
trabalhar junto das comunidades de forma a promover a particiação feminina nas
decisões da comunidade e no desenvolvimento de actividades que proporcionem a
auto-estima e o papel de liderança.
Uma dessas formas de
intervenção é a de proporcionar a inclusão de mulheres das comunidades em
actividades de intercâmbio com outras mulheres de outras comunidades e de
outros estratos sociais, para além de estabelecer os contactos entre estas e as
instituições vocacionadas para as questões de género.
Foi assim que apoiou
um grupo de 15 jovens da comunidade do 16 de Junho a participarem no acto
central provincial do Dia Internacional da Mulher que se realizou no município
do Cubal.
O acto contou com a
presença do Administrador Municipal do Cubal, Alberto Carlos Guardado, e da directora provincial do Ministério
da Família e da Promoção da Mulher, Maria do Céu.
Na altura foram
entrevistadas algumas das mulheres participantes e da coordenadora do projecto
Ekwatisso da OMUNGA, Nilza Sebastião.
A 9 de Março do
corrente ano, 55 organizações de Direitos Humanos africanas ou a trabalhar em
África, endereçaram uma petição dirigida à Presidente da Comissão Africana,
Sra. Faith Pansy Tlakula a solicitar a sua intervenção em relação aos
recorrentes ataques xenofóbicos contra cidadãos não-nacionais na África do Sul.
Lembraram que em
vezes passadas já tiveram recorrido à Comissão Africana por situações
semelhantes, para pressionar o governo sul-africano a pôr fim a este tipo de
ataques.
Demonstram a sua
elevada preocupação com a ausência de respostas apropriadas e práticas,
incluindo a falta de intervenções sérias, a resposta política deficiente e a
acção inadequada do governo da África do
Sul para impedir a recorrência destes ataques.
Reclamam pelas
respostas limitadas do sistema de justiça criminal para lidar com a prisão e o
julgamento dos perpetradores.
Acreditam que o
governo da África do Sul deve empreender medidas práticas e políticas para
abordar as causas profundas destes ataques, incluindo o cumprimento das suas
obrigações constitucionais, socioeconómicas e de direitos humanos do país.
As associações
angolanas MBAKITA e OMUNGA subscreveram a referida petição.
ELEIÇÕES LIVRES JÁ!: NÓS
TODOS SOMOS IRMÃOS E O QUE ESTÁ EM CAUSA É ANGOLA - CASA-CE DO CAIMBAMBO
Lobito, 27-03-2017
Fonseca Chaves,
Secretário municipal da CASA-CE no Caimbambo também foi ouvido por ELEIÇÕES
LIVRES JÁ! e desejou “que haja harmonia entre as pessoas e especialmente para
Angola, este ano que haverá eleições, que haja eleições livres, justas e
transparentes e que as populações sejam mais participativas e que não haja este
problema de intolerância.”
Ainda reflectiu que
não devemos considerar que “o fulano é do sítio X, nós todos somos irmãos e o
que está em causa é Angola.”
ELEIÇÕES LIVRES JÁ!:
EMBAIXADOR DA SUÉCIA DEIXA MENSAGEM DE PAZ PARA AS ELEIÇÕES DE 2017
Lobito, 27-03-2017
O embaixador da
Suécia, Lennart Killander Larsson, aquando da sua visita a Benguela a 23 de
Março, deixou uma mensagem de paz para o povo angolano, durante o processo
eleitoral de 2017.
De acordo ao
embaixador, “todos temos direito para fazer parte das eleições e que a
sociedade civil junto com o governo e com a academia e todo o mundo está
ajudando para fazer este país que é um país fantástico.”
Adiantou ainda que “como
sempre todos os países têm sempre possibilidades de melhorar e um passo na democracia
é também as eleições. Por isso espero que essas eleições sejam em nome da Paz e
que todo o mundo possa votar como gostaria de votar.”
ELEIÇÔES LIVRES JÁ!
ESTEVE NO HUAMBO: Não podemos só falar na rua ‘não o presidente X não está bom’, por isso é que existe o voto
Lobito, 22-03-2017
O projecto ELEIÇÕES
LIVRES, JÁ! esteve no Huambo e saíu às ruas para ouvir a opinião dos cidadãos
sobre as eleições e nosso processo de 2017.
Para a jovem Luísa
Fernandes, “eleições é um determinado período onde um indivíduo vai escolher
qual é o seu partido de preferência, ou seja, o partido que vai levar avante o
nosso país.”
Já o Fernando Simapi
disse que “eleições é um dado momento em que cada um pensa naquilo que ele
pretende para o seu bem e o do país.”
Por outro lado
Jacinta Silas considera que ato de voto “é para votar num partido melhor.”
Luísa Fernandes
afirma que é “neste período [se escolhe] qual será o presidente que vai levar
avante o nosso país. Não podemos só falar na rua ‘não o presidente X não está
bom’, por isso é que existe o voto. Informa também que para votar é preciso ser
cidadão angolano, a partir dos 18 anos e com cartão de eleitor actualizado.
OFICINAS DE JORNALISMO
NAS ESCOLAS PÚBLICAS SÃO AVALIADAS PELOS MONITORES
Lobito, 17-03-2017
OKUPAPALA é uma
palavra Umbundu que significa em português “brincadeira”, “brincar”. Esta é a
intenção da OMUNGA que através desta forma de intervir, pretende desenvolver e
promover a cidadania através da cultura.
Algumas das acções
prendem-se com oficinas em escolas primárias públicas, nomeadamente da Zona 3 e
do Bairro 27 de Março, no Lobito. Através destas oficinas, as crianças, e não
só, podem desenvolver diferentes habilidades que vão desde a capoeira, música,
poesia, teatro e jornalismo.
A oficina de
jornalismo é desenvolvida por jovens monitores que também estão a receber
formação nesta área, dentro da intervenção da OMUNGA: É a estratégia de
replicar o aprendizado.
Para além de se
pretender desenvolver conhecimentos em torno do jornalismo e de
vídeo-reportagem, deseja-se desenvolver valores de cidadania como o trabalho em
equipa, a responsabilização, a planificação e prestação de contas em conjunto,
processos de eleição e por aí vai.
Os alunos são assim
responsáveis por pesquisar, usando o espaço da OMUNGA ou durante visitas à
Mediateca em Benguela, fazer a cobertura das actividades que envolvem as
crianças das escolas, mas também efectuar reportagens sobre temáticas da sua
escolha ou sugestão. Devem assim produzir os jornais murais das suas escolas e
fazer regularmente apresentações junto das demais crianças das suas escolas
como dos encarregados de educação e dos professores. Para isso devem também
aprender bases do uso de alguns programas de informática que lhes facilite esse
trabalho. As escolas deverão ainda dinamizar as suas páginas da internet,
através do facebook, onde deverão divulgar as suas notícias e estabelecer os
contactos e intercâmbios com outras escolas.
A OMUNGA decidiu
ouvir durante esta fase de arranque do projecto que é apoiado pela embaixada do
Canadá e do NED, dois dos monitores destas oficinas, nomeadamente Prata Kumi e
Donaldo Sousa (voluntários).
O estado de saúde a nível
do município do Lobito continua deveras preocupante. Principalmente no que se
refere às comunidades mais pobres e desfavorecidas. Nos hospitais públicos tudo
é necessário pagar-se, consultas e análises. Por outro lado não possuem nem
medicamentos nem equipamento básico quer para cirurgias ou para os curativos.
Em 2015 a OMUNGA
acompanhou o registo de 48 óbitos ao nível das comunidades de moradores de rua
localizados na zona urbana da cidade do Lobito. Uma elevada taxa de mortalidade
tomando em conta o tamanho desta população.
Foi assim que tentou
negociar com a direcção municipal da saúde no sentido de, por questões
específicas destas comunidades, de que pessoal da saúde pudesse fazer uma ronda
pelas ruas de forma regular de forma a ter-se um levantamento dos casos de
doença e seu encaminhamento e acompanhamento mas também de aconselhamento.
Não havendo essa
possibilidade, a saúde disponibilizou a possibilidade dos membros destas
comunidades, desde que acompanhados por informação da OMUNGA, passassem a fazer
as consultas, análises e demais exames a nível do Hospital municipal e da
maternidade, sem qualquer encargo financeiro.
Este passo já
resultou numa quebra de registos de mortalidade em 2016 de apenas 6 casos.
Infelizmente, a
situação não tem vindo a facilitar uma vez que estes centros de saúde não
possuem normalmente nem medicamentos e nem outros equipamentos quer para
atendimento de doenças, como para casos mais graves que necessitam de
intervenção cirúrgica.
A OMUNGA decidiu
então, como o apoio da Christian Aid, começar a apoiar em medicamentos e outro
material sanitário, nos casos mais graves, especialmente os que exigem
cirurgias. Os medicamentos são entregues mediante as receitas medicas, com
termos de entrega em que quer o doente como os funcionários hospitalares
testemunha a entrega. Isto tem facilitado com que os doentes consigam terminar
os seus tratamentos e por outro lado já tem havido uma maior participação dos
centros hospitalares com medicamentos também.
No entanto, a
situação de tuberculose tem vindo a agravar e estranhamente, os doentes
queixam-se que são obrigados a comprar os medicamentos já que não são
disponibilizados nos centros especializados.
Este é o caso de
Augusto Lukembe, morador de rua que sofre de tuberculose. Perante estes casos,
a OMUNGA decidiu, para além do apoio com medicamentos, iniciar o apoio com
alimentos básicos. Nesta conformidade e cientes da impossibilidade a nível
local de haver uma solução para este grave problema, a OMUNGA endereça uma
carta ao Ministro da Saúde e ao Represente do PNUD em Angola para que expliquem
tal situação e tragam imediata solução.
Por outro lado, e
enquanto vivemos este estado de emergência, a OMUNGA apela à solidariedade de
todos para que possam fazer os seus donativos nos nossos escritórios
localizados no Bairro da Luz, Rua da Bolama, casa nº 4 ou podem contactar pelos
terminais +244 272 221 535/913 641 941/925 690 207 ou
ainda pelo email zpatrocinio@omunga.org.
Durante a visita aos viveiros do aviário Sta. Filomena em Benguela
OKUPAPALA: CRIANÇAS
DE ESCOLAS PÚBLICAS APRENDEM A RESPEITAR O MEIO AMBIENTE
Lobito, 17-03-2017
Dentro do projecto
OKUPAPALA e financiado pela embaixada do Canadá, crianças das escolas primárias
públicas da Zona 3 e do 27 de Março estão envolvidas em actividades de
reconhecimento de cidadania através de aprendizado sobre o meio ambiente e a
influências dos nossos hábitos na qualidade de vida.
É assim que a 24 de Fevereiro
de 2017, as crianças, acompanhadas por uma professora e pelos activistas da
OMUNGA, visitaram os viveiros do aviário Sta. Filomena, localizados em
Benguela, junto ao rio Cavaco.
Durante a visita,
receberam informações diversas sobre as plantas, a sua importância e utilidade
e também falaram possibilidade de se produzirem plantas sem produtos químicos.
Já a 4 de Março de
2017, crianças da escola do 27 de Março, visitaram o atelier “Era Uma Vez”,
localizado também em Benguela.
Durante a visita, as
crianças puderam ter contacto com diferentes objectos produzidos a partir da
reutilização, ou seja, usando materiais que deixaram de ter interesse,
poderem-se fazer coisas novas e engraçadas. Aprenderam a olhar de forma
diferente para o “lixo”.
ELEIÇÕES LIVRES JÁ!
MULHERES DO CASSAI MANDAM AVISO AOS POLÍTICOS
Lobito, 15-03-2017
Os repórteres
comunitários do Cassai que estão a acompanhar o processo eleitoral 2017, sob o lema
ELEIÇÕES IVRES JÁ! Ouviram algumas mulheres daquela comunidade.
As mulheres avisam os
políticos:
“Não ando a entender
quase nada, porque do primeiro tempo antrepassado, nós já votámos aqui na
escola da Cangamba....
.... água é preciso
pago.... aqui é preciso com dinheiro, até quando?
O conselho que estou
a entregar, o que eu quero é que, se o governo gosta de nós própria mesmo, para
chegar até aqui no bairro do Cassai”
Miss Cubal enquanto enviava a mensagem de paz em relação ao processo eleitoral 2017
ELEIÇÕES LIVRES JÁ!
OS VOTOS DE PAZ DAS MULHERES DO CUBAL
Lobito, 15-03-2017
Já está em curso o
processo eleitoral de 2017. Nesta conformidade, de maneiras a que as eleições
sejam livres e justas, é necessário haver um clima de paz, de tranquilidade e
de tolerância.
Foi assim que os
repórteres comunitários formados pela OMUNGA, estiveram no Cubal e ouviram as mensagens de mulheres.
A abordagem sobre o
meio ambiente começa a ser cada vez mais urgente e prioritária. É assim que o
OKUPAPALA, uma das áreas de intervenção cultural da Associação OMUNGA tem vindo
a trazer às comunidades esta temática.
Desta vez, iniciou oficinas
de reciclagem com alunos de escolas primárias públicas do bairro 27 de Março e
da Zona 3, no Lobito, com o propósito de promover a reflexão nas crianças.
Estas oficinas
consistem, actualmente, em visitas ao Atelier “Era Uma Vez”, da Edna Kioka, em
Benguela, com grupos de crianças das diferentes escolas. Nestas visitas, as
crianças podem tomar contacto, muitas pela primeira vez, com trabalhos feitos a
partir do “lixo” e ao mesmo tempo receber informações diversas sobre reciclagem
e reutilização.
A primeira visita foi efectuada a 2 de Março de 2017, com 17 crianças da escola do Bº 27 de Março,
zona alta da cidade do Lobito, das quais 9 eram meninas. O grupo foi
acompanhado por um representante da comissão de moradores da comunidade do 16
de Junho (Bº 27 de Março) e por activistas da OMUNGA.
Estas actividades
estão a ser financiadas pela embaixada do Canadá.
Imagem obtida na internet porque não foi permitida a tomada de fotos na penitenciária
SOCIEDADE CIVIL VISITA KALUPETEKA EM BENGUELA
Lobito, 09-03-2017
A vinte e três de Fevereiro de 2017,
as organizações AJS, OHI, Omunga e o movimento revolucionário de Benguela,
deslocaram-se à Penitenciária de Benguela onde realizaram uma visita ao senhor
José Julino Kalupeteka.
Foram recebidos por uma delegação
composta por altos funcionários daquela instituição incluindo o senhor António
Adriano, Director Geral dos serviços prisionais de Benguela.
Depois da reunião com os funcionários
dos serviços prisionais, tiveram a oportunidade de conversarem com o recluso, o
objectivo da visita.
O senhor Kalupeteka explicou que
depois do julgamento e condenação no Huambo, foi transferido para os serviços
prisionais de Luanda, onde ficou por vinte e sete dias na cadeia de Viana, e
posteriormente foi transferido para a cadeia de Kakila, onde permaneceu por lá
durante seis meses. O mesmo explicou que
devido aos seus problemas de saúde (Gastrite aguda), o recluso conversou com os
responsáveis chefes das cadeias, tanto a de Luanda quanto a de Kakila,
solicitando que recebesse a sua alimentação a partir da sua família em tempo e
hora, pois não podia ficar por muito tempo sem se alimentar, solicitação que
foi concedida sem rodeios.
Atendendo ainda às dificuldades em
adaptar-se ao clima quente, o recluso, também solicitou a sua transferência para
outra cadeia penitenciária que se situasse em localidade com um clima favorável à
sua saúde. Estranhamente foi transferido para os serviços prisionais de
Benguela, algo que, segundo o recluso, não entendeu já que Benguela tem também
um clima quente, ao contrário do Huambo ou Bié.
Entrevista a Kumi Prata, um dos membros do movimento revolucionário que visitaram Kalupeteka
Lamentações
Quando chegou a Benguela, apresentou o
seu problema de saúde aos chefes dos serviços prisionais, e foi admitido que
recebesse três refeições ao dia, conforme a orientação médica.
O recluso afirmou ter uma boa relação
com o seu reeducador, o senhor Intendente Nelson Vasco, mas tem enfrentado uma
grande dificuldade com os agentes prisionais que muitas vezes fazem a entrega
da sua alimentação em horários incertos e locais incertos, e quando reclama é chamado
à atenção para não fazê-lo. Para além disso, conta que alguns agentes prisionais o têm
visto e tratado com indiferença, algo que preocupou aos visitantes, já que o
recluso encontra-se em cumprimento da sua pena e tratá-lo com dignidade e
humanidade não é um favor, mas sim um dever até profissional dos funcionários
prisionais.
Kalupeteca salientou ainda que por
causa das dores estomacais, tem sentido outras dores na coluna vertebral que
depois se estendem ao ombro direito e o paralisa por algum tempo. Para evitar
os problemas de saúde que se agravam muito mais com a irregularidade da
alimentação, tem feito o consumo de alho e limão que segundo o mesmo, quando
consumidos convertem as dores estomacais em enjoos.
Ao Director da Instituição, o recluso
já fez chegar as suas preocupações. Algumas foram respondidas, inclusive, o
Director já chegou a ordenar que os funcionários de direito cuidassem da
alimentação do recluso. Orientação essa, que segundo Kalupeteka, o seu
cumprimento tem dependido da boa fé de alguns funcionários.
Visita dos seus
familiares
Kalupeteka informou que costumava
receber com regularidade visitas de suas três filhas. Entretanto, nos últimos
dias, as mesmas têm encontrado dificuldades em visitá-lo pelo facto de não possuírem
outros documentos pessoais para além do cartão de visitas da respectiva
penitenciária, que por norma deve ser acompanhado pelo Bilhete de Identidade,
documento que entre outros, as mesmas terão perdido nos confrontos do Monte
Sumi. Ao longo desses meses de estadia na penitenciária de Benguela, as filhas
somente usavam o cartão de visitas para o acesso às mesmas, situação que os
serviços prisionais aceitavam com normalidade, mas com as novas exigências em
relação aos visitantes que também abrangem, naturalmente, as filhas de Kalupeteka,
o mesmo encontra-se, por enquanto, privado das visitas de suas filhas.
As solicitações
de Kalupeteka
1. - Que lhe sejam
atendidas as refeições conforme recomendações médicas (quatro vezes ao dia) e
a hora certa (receber as refeições na conjuntura de todos os reclusos como é
regulamentado dificulta tal cumprimento);
2. - Que seja
transferido para as províncias do Huambo ou Bié, onde o clima quente é menos
agressivo com a sua saúde;
3. - Que as suas
filhas tenham a permissão de visitá-lo sem os documentos exigidos, já que o
processo de aquisição de documentos é muito burocrático e que poderá levar
muito tempo para a aquisição;
4. - Que se ajude as
suas filhas na aquisição dos novos documentos.
As ONGs por sua vez, encorajaram o
Kalupeteca a manter a sua firmeza, e prometeram fazerem o máximo possível a fim
de o ajudarem a ultrapassar os problemas que enfrenta. Ainda encorajaram-no a
continuar na composição de músicas pelo que segundo o mesmo, tem tido
dificuldades de memória depois da pancada na testa que recebeu dos agentes
policiais no Huambo, o que lhe tem causado também problemas de visão.
PARCEIROS E
COMUNIDADES AVALIAM 2016 E PERSPECTIVAM 2017 ( I )
Lobito, 05-03-2017
Angola está a viver
um processo eleitoral. Mais um! Todos temos as experiências dos processos
anteriores. Em relação a isso, precisamos começar a tirar lições, aprendizados,
de forma a não repetirmos os erros vividos ou, pelo menos, minimizarmos tais
problemas. Infelizmente parece que não temos feito grande coisa neste sentido.
Com a intenção de
reflectirmos, a OMUNGA iniciou algumas conversas com as comunidades com as
quais tem vindo a estabelecer relações de intervenção conjunta e com parceiros
para ter-se a ideia do que foi 2016 e daquilo que se perspectiva para 2017.
Carlos Correia Januário de 42
anos de idade morador do centro 16 de Junho, teve acidente no dia 11 de
Outubro de 2011, com a sua motorizada e uma viatura. De acordo às duas
declarações não viu quando foi levado ao hospital.
Como resultado, teve a fratura dos dois fémures, tendo
ficado internado durante 30 dias.
Já em 2016, uma vez que não se verificaram quaisquer
melhoras, Carlos Correia voltou ao hospital, tendo ficado internado por 5 meses. Teve alta no dia 05 de Dezembro de 2016.
No entanto é visível que a situação permanece, estando
o Carlos Correia impossibilitado de se movimentar e dependendo completamente de
todo o tipo de ajuda, incluindo para poder fazer as suas necessidades
fisiológicas.
A comunidade apela à solidariedade e a OMUNGA solicita
à direcção municipal da saúde do Lobito para que interne imediatamente Carlos
Correia Januário para que lhe seja feito todo o acompanhamento e que o mesmo
apenas regresse a casa depois de ter resolvido este grave problema.
Lembrar que a comunidade do 16 de Junho, localizada no
Bairro 27 de Março, zona alta da cidade do Lobito, é constituída essencialmente
por antigas crianças de rua e é um projecto habitacional social, construído por
decisão do então Governador Provincial de Benguela, General Armando da Cruz
Neto, depois de uma luta levada a cabo por muitos anos. É o único projecto
habitacional do género, construído em Angola. Reportagem de Alberto César
A 5 de Setembro de 2008, realizaram-se as segundas eleições legislativas em Angola. As urnas deram a maioria ao MPLA, com mais de 80% dos votos.
O desequilíbrio político-partidário resultante e o novo figurino da Assembleia Nacional, traz grandes desafios à Sociedade Civil (SC) angolana.
Entender o que aconteceu nas últimas eleições e o que deverá ser feito a partir de agora para a consolidação de um verdadeiro processo democrático, obriga-nos a alargar o espaço de debate e de participação popular.
As instituições da SC devem assim, assumir-se perante o quadro político, incentivando a criatividade crítica, o diálogo, a abordagem honesta e actualizada.
Com a ideia de estimular o espaço de debate, o OMUNGA em colaboração com outras instituições da SC, decidiram levar a cabo um programa de debates consecutivos que terá o seu início a 13 de Novembro.
QUINTAS DE DEBATES pretende juntar diferentes visões sobre temas da actualidade como política, economia e sociedade.