17/06/2012

DOMINGOS DA CRUZ ESTEVE NO QUINTAS DE DEBATE E DISCUTIU SOBRE "O PAPEL DA MÍDIA PÚBLICA NA CORRIDA ELEITORAL

QUINTAS DE DEBATES
TEMA: A CORRIDA ELEITORAL E DESEMPENHO DA MEDIA PÚBLICA
Eleições constituem um factor e característica muito importante da democracia. É um processo que envolve actores políticos, cívicos e o povo, que na opinião de muitos autores, constituem o elemento mais importante neste. A qualidade de informação que o cidadão tem define a qualidade de participação do mesmo nesse processo.
A comunicação social, principalmente a pública, tem a missão de proporcionar equilíbrio, oportunidade e igual tratamento aos partidos concorrentes para que os cidadãos conheçam os programas ou propostas de governação daqueles e consequentemente poder votar para o que mais convier.
Dada a importância do desempenho da comunicação social, principalmente a pública, a OMUNGA realizou mais um Quintas de debates no dia 14 do corrente, desta vez para discutir sobre o papel da média pública na corrida eleitoral. Foi prelector o Jornalista e Escritor Domingos da cruz. O debate aconteceu na esplanada do Hotel Mombaka, em Benguela.
Caracterizado pela sua retórica, o orador dissertou sobre o tema através de um esquema científico que mostrava o favorecimento que a comunicação social estatal faz ao partido no poder, em detrimento de outros partidos políticos, violando assim o principio da igualdade de tratamento dos partidos políticos.
O esquema que continha gráficos e sobretudo quantidade e qualidade de tratamento dos partidos políticos nos órgãos de comunicação social, nomeadamente Rádio Nacional, TPA, Jornal de Angola e ANGOP, baseou-se no resultado de estudo feito aquando das eleições legislativas de 2008. O resultado mostrado dava uma diferença abismal em casos de tratamento.
Durante a sua prelecção, o orador também falou de alguns órgãos de informação privados que surgiram ao arrepio da lei, como é o caso da Rádio Mais, a TV Zimbo, o Jornal o País, o Novo Jornal, que na sua opinião, trabalham para o favorecimento do regime actual.
O prelector partilhou também com a plateia os relatórios de pesquisas sobre a liberdade de imprensa no mundo inteiro feitos no Canadá, EUA, Inglaterra e o outro feito pelos repórteres sem fronteira, na França. Em todos os resultados destes relatórios Angola aparecia em posições catastróficas.
Segundo o mesmo, o número de órgãos de informação não define a existência de liberdade de imprensa num país porque todos podem estar a favor de um só grupo. “Não tem a ver com quantidade, tem a ver com qualidade. Podemos ter um só órgão de informação e mesmo ter liberdade de imprensa porque este órgão pode dar igual tratamento a todos”, acrescentou.
Na opinião de Domingos da Cruz, o resultado do desempenho da Comunicação Social Pública não está a ser diferente neste processo eleitoral.
Foi um debate caracterizado por muita energia tanto do prelector como dos convidados.
Intervieram para o debate 10 convidados e todos, nas suas intervenções, estavam de acordo que os órgãos de informação em Angola têm estado a favor do actual regime angolano, agindo de forma parcial contra outros partidos ou forças discordantes.
O debate durou cerca três horas e dele participaram 100 pessoas.

Dino Jimbi

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