MONTE BELO: A IMPUNIDADE
É A MÃE DESTES PROBLEMAS (Adalberto Costa Júnior)
Lobito, 24.09.2017
Uma delegação de
deputados da UNITA esteve ontém (23.09.2017) na sede do Monte Belo, município
do Bocoio para se inteirar da situação da população e dos factos ocorridos a 16
do corrente mês naquela localidade.
A OMUNGA ouviu o
deputado Adalberto Costa Júnior que explicou as razões da presença dos
deputados dizendo “nós tínhamos mesmo que vir, devíamos ter vindo mais cedo,
não nos foi possível, fruto de estar tudo muito quente ainda no pós-eleições em
Luanda e de termos responsabilidades, mas valeu muito a experiência que
fizemos. Elevámos a moral que é um elemento também muito importante de quem
sendo vítima da violência pode desmoralizar.” Depois expressou a sua indignação
em relação ao grave acontecimento dizendo que “a impunidade é a mãe destes
problemas. Eu não conheço nenhum caso em Angola onde o administrador que agiu
com violência foi punido.”
Adalberto Costa Júnior
foi ainda questionado sobre as denúncias que correm sobre o incitamento à
violência por Rui Falcão, ao qual disse “eu não quero acreditar, mas de facto
hoje aqui repetiram-me exatamente esta questão e eu liguei ao governador numa
perspectiva diferenciada desta para puxá-lo a uma partilha de responsabilidade
nesta questão, para puxá-lo a uma visão que estas populações são angolanas como
quaisquer outras e me parece incontornável a necessidade do governador cá
voltar e assumir em nome do governo uma quota parte da responsabilidade do
ressarcimento dos danos que aqui houve. Mas eu nem vou tanto pelo primeiro
passo pela questão material. Eu vou mesmo pela questão do conforto. O
governador deveria vir aqui e junto dos membros que foram violentados,
trazer-lhes o seu conforto e não este tipo de atitudes. Eu não quero acreditar
que isso seja possível.”
O repórter comunitário da OMUNGA, Prata Kumi, também questionou o deputado sobre qual será o posicionamento do bispado de Benguela em relação a este caso
quando há denúncias do envolvimento de catequistas desta igreja em
atos de intolerância política no Bocoio, como o caso de um dos filhos de um catequista
poder estar envolvido no assassinato de um cidadão ocorrido a 12 de Agosto
na comuna do Cubal do Lumbo.
Por último foi
questionado sobre o papel da sociedade civil e sobre o posicionamento da
administração municipal do Bocoio em denegrir e tentar impedir as actividades
da OMUNGA naquele município.
Acompanhem a entrevista:
Depois de terem
visitado todos os locais afetados pelo incidente de intolerância política, os
deputados mantiveram um encontro com a população.
A OMUNGA que se
encontrava no terreno, foi também convidada a falar para as populações.