23/08/2013

CONTINUA A LUTA PELA TERRA DE EX MILITARES NO LOBITO




A 21 de Agosto de 2013, o colaborador da OMUNGA, MANUEL DANIEL, deslocou-se à área perto do local onde se constrói a futura refinaria do Lobito, para fazer a acompanhamento do conflito de terras que envolve ex militares.

Em Julho, ex militares contactaram a OMUNGA para apresentar a sua preocupação em relação a conflitos de terras para a construção das suas residências. De acordo aos mesmos, continuam a aguardar pelo cumprimento das promessas feitas durante os acordos de Paz.

A OMUNGA procedeu a entrevista a alguns dos líderes e, de acordo às suas declarações, pôde-se verificar:
1 – Estão envolvidas no processo 1137 famílias;
2 – Os ex militares criaram uma comissão para liderar o processo de acentamento;
3 – Em 2005 foi-lhes garantido um terreno que infelizmente foi depois destinado aos moradores desalojados dos prédios da Rádio e dos Transportes;
4 – Em 2013 identificaram um novo terreno, este perto do espaço da refinaria do Lobito, sem qualquer placard que demonstrasse estar ocupado ou ser pertença de terceiros;
5 – A Comissão enviou nova carta à Administração Municipal do Lobito a informar sobre a ocupação do referido terreno;
6 – A Administração Municipal do Lobito respondeu tardiamente informando que deveriam aguardar pelos planos da reconstrução nacional;
7 – Os ex militarem mobilizaram recursos para o aluguer duma máquina para abertura das vias de acesso;
8 – Os fiscais da Administração e agentes da polícia intervieram levando à detenção de 6 dos responsáveis da Comissão na 1.ª e 2.ª esquadras;
9 – A 19 de Agosto de 2013, o colaborar da OMUNGA, MANUEL DANIEL deslocou-se novamente ao local já que havia a informação de que representantes da CECIL e da Administração iriam estar no localpara estabelecerem os limites dos terrenos;
10 – A 20 de Agosto de 2013, o colaborador da OMUNGA, MANUEL DANIEL voltou ao local quando eram por volta das 9H00, para fazer o acompanhamento da situação, uma vez que a OMUNGA foi informada da presença policial;
11 – Durante a sua actividade, o colaborador da OMUNGA, MANUEL DANIEL, diz ter sido agredido por agentes da polícia nacional, tendo-lhe sido retirado o seu Cartão de Identificação da OMUNGA e sofreu ainda a tentativa de apreensão do equipamento de filmagem;

A OMUNGA é´uma associação angolana de âmbito nacional, não governamental, sem fins lucrativos, apartidária, laica, reconhecida nacional e internacionalmente, com sede nesta cidade do Lobito e de amplo conhecimento desse comando policial, que promove e defende os Direitos Humanos. Tem o Estatuto de Observador da Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos.

De acordo às informações, para além do nosso colaborador, outros cidadãos foram agredidos sob ordem do 2.º Comandante municipal da PN, Cte. António Weya que justificou estar a cumprir ordens superiores..

Nesta conformidade, a OMUNGA considera que se violaram os direitos mais elementares com esta agressão gratuíta.

Pelo exposto, a OMUNGA solicita:
1 – Os devidos esclarecimentos sobre as razões que levaram à agressão de um cidadão, devidamente identificado e a desenvolver as actividades de activista cívico, pela OMUNGA, que apenas se encontrava a fazer o registo dos acontecimentos;
2 – A devolução imediata do cartão de identificação de MANUEL DANIEL enquanto colaborador da OMUNGA, retirado à força por agentes da polícia;
3 – A abertura de um processo que averigue as razões deste envolvimento policial contra cidadãos, neste caso ex militares, que tão somente pretendem exercer o seu direito à habitação, que é obrigação do Estado Angolano, para além do acente nos acordos de Paz, patente na Constituição de Angola e nos diferentes Tratados de Direitos Humanos assumidos por Angola;
4 – A garantia legal que proporcione a estes cidadãos o acesso à terra e a habitação condigna,
(imagens de Manuela Daniel)



Sem comentários: