15/05/2015

A ACTUAL CRISE FINANCEIRA E A SUA IMPLICAÇÃO NA JUVENTUDE E NO EMPREGO; FOI TEMA DO QUINTAS DE DEBATES.


A falta de vontade do governo em inserir os jovens no desenvolvimento do país é um dos factores da actual crise.

Foi prelector do habitual programa QUINTAS DE DEBATE, o Deputado Nfuca Muzemba, que a 14 de Maio, no Hotel Praia Morena, durante 2 horas falou aos lutadores por uma Angola melhor sobre o seu ponto de vista tendo em conta o tema que lhe foi solicitado.

Os problemas a que nós os jovens passamos hoje, agravado em consequência da crise económica, é porque o governo percebeu tarde em colocar os jovens na economia Angolana, tanto é que a maioria dos programas do executivo para a juventude caiu em saco roto. Assim como foi o caso do Angola jovem, do crédito Bué, do programa de habitação para a juventude e tantos outros, nenhum deles resultou e de certeza que muitos jovens nunca terão ouvido desses programas.

Com a nova realidade económica do país, "agora em tudo é cortar", também o plano nacional de desenvolvimento da juventude, vai falhar. Não que seja tão pessimista, mas é preciso ter consciências das coisas.

A teimosia de não se levar a lei da politica juvenil do estado e os outros instrumentos que o acompanham, é sinal de falta de vontade política para se manter a juventude sem direito e nem futuro. Este sim é que seria o demonstrar de um compromisso sério entre o governo e os jovens. Estão na lei e nos seus instrumentos a garantia de direitos, deveres e oportunidades para a juventude e isto não é algo de noivo porque é assim em países como o Kénia, Ghana, Africa do Sul e até mesmo o Cabo verde.

A extrema desigualdade que afecta o país, pode levar os jovens a verem a violência como a solução como já temos vistos muitos caso que por um simples telefone, leva-se a vida de uma pessoa., porque as pessoas em determinadas circunstancias, e por frustração podem perceber que o telefone é muito mais importante do que uma vida.

Infelizmente nota-se que o executivo ainda vê despreocupadamente os problemas que afectam a juventude. Se antes estávamos mal, hoje estamos pior. As constatações sobre a nossa desgraça, são tão evidentes aos olhos de todos, e hoje com a crise, o numero de jovens nas ruas aumentaram. A maioria dos nossos jovens estudantes não têm condições de estudo e de alimentação. O governo, reduziu o apoio as bolsas de estudo e até mesmo a Sonangol já anunciou que para este ano não vai mais financiar bolsas de estudo quer interna e quer externa. Algumas universidades subiram com os preços das propinas. Com os cortes no sector da educação, vamos ter uma educação mais fraca e pobre do que já era.

A crise obrigou a que muitas empresas fechassem e mandassem para a rua os seus funcionários, que na sua maioria são jovens. O estado já informou que para este ano não vai realizar concursos de ingresso na função pública, aumentando assim o exercito de desempregados. E como também não haverá a nível do estado, reconversão de carreiras e muito menos aumento de salários e isto só nos leva a perceber quais são as consequências  desta crise na vida dos jovens.

Com os curso de vida que subiu a 100%, e os salários continuando na mesma, ficará mais difícil pagar os bens básicos, desde a água, alimentação, transportes, luz e até mesmo a renda de casa.

As dívidas que o estado vai contraindo são para hipotecar o nosso futuro, porque na verdade quem as vai pagar amanhã, somos nós. Com a crise, o governo tomou medidas que sacrificaram mais as populações. Aumentou com os impostos, subiu com os preços de alguns bens mesmo quando se sabe que o nosso mercado não é competitivo. E no fim perdemos todos, desde trabalhadores, empresários e consumidores.

Texto, fotografias e vídeo de Domingos Mário

Revisão de José Patrocínio


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