A falta de
vontade do governo em inserir os jovens no desenvolvimento do país é um dos
factores da actual crise.
Foi prelector do habitual programa QUINTAS DE DEBATE, o Deputado
Nfuca Muzemba, que a 14 de Maio, no Hotel Praia Morena, durante 2 horas falou aos lutadores por uma Angola melhor
sobre o seu ponto de vista tendo em conta o tema que lhe foi solicitado.
Os problemas a
que nós os jovens passamos hoje, agravado em consequência da crise económica, é
porque o governo percebeu tarde em colocar os jovens na economia Angolana, tanto
é que a maioria dos programas do executivo para a juventude caiu em saco roto. Assim como foi o caso do Angola
jovem, do crédito Bué, do programa de habitação para a juventude e tantos
outros, nenhum deles resultou e de certeza que muitos jovens nunca terão ouvido
desses programas.
Com a nova
realidade económica do país, "agora em tudo é cortar", também o plano
nacional de desenvolvimento da juventude, vai falhar. Não que seja tão
pessimista, mas é preciso ter consciências das coisas.
A teimosia de
não se levar a lei da politica juvenil do estado e os outros instrumentos que o
acompanham, é sinal de falta de vontade política para se manter a juventude sem
direito e nem futuro. Este sim é que seria o demonstrar de um compromisso sério
entre o governo e os jovens. Estão na lei e nos seus instrumentos a garantia de
direitos, deveres e oportunidades para a juventude e isto não é algo de noivo
porque é assim em países como o Kénia, Ghana, Africa do
Sul e até mesmo o Cabo verde.
A extrema
desigualdade que afecta o país, pode levar os jovens a verem a violência como a
solução como já temos vistos muitos caso que por um simples telefone, leva-se a
vida de uma pessoa., porque as pessoas em determinadas circunstancias, e por
frustração podem perceber que o telefone é muito mais importante do que uma
vida.
Infelizmente
nota-se que o executivo ainda vê despreocupadamente os problemas que afectam a
juventude. Se antes estávamos mal, hoje estamos pior. As constatações sobre a
nossa desgraça, são tão evidentes aos olhos de todos, e hoje com a crise, o
numero de jovens nas ruas aumentaram. A maioria dos nossos jovens estudantes
não têm condições de estudo e de alimentação. O governo, reduziu o apoio as
bolsas de estudo e até mesmo a Sonangol já anunciou que para este ano não vai
mais financiar bolsas de estudo quer interna e quer externa. Algumas
universidades subiram com os preços das propinas. Com os cortes no sector da
educação, vamos ter uma educação mais fraca e pobre do que já era.
A crise
obrigou a que muitas empresas fechassem e mandassem para a rua os seus
funcionários, que na sua maioria são jovens. O estado já informou que para este
ano não vai realizar concursos de ingresso na função pública, aumentando assim
o exercito de desempregados. E como também não haverá a nível do estado,
reconversão de carreiras e muito menos aumento de salários e isto só nos leva a
perceber quais são as consequências desta
crise na vida dos jovens.
Com os curso
de vida que subiu a 100%, e os salários continuando na mesma, ficará mais
difícil pagar os bens básicos, desde a água, alimentação, transportes, luz e
até mesmo a renda de casa.
As dívidas que
o estado vai contraindo são para hipotecar o nosso futuro, porque na verdade
quem as vai pagar amanhã, somos nós. Com a crise, o governo tomou medidas que
sacrificaram mais as populações. Aumentou com os impostos, subiu com os preços
de alguns bens mesmo quando se sabe que o nosso mercado não é competitivo. E no
fim perdemos todos, desde trabalhadores, empresários e consumidores.
Texto, fotografias e vídeo de
Domingos Mário
Revisão de José Patrocínio
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