Na sua
dissertação, Ângelo Kapwatcha começou dizendo que temos 13 anos da paz armada, quer
dizer que terminou a guerra convencional, a guerra subversiva, inclusive a própria
guerra de guerrilha, e quando falamos dos ganhos da paz, temos em primeiro lugar a tendência de
olhar pelas estradas, escolas, hospitais e outras infraestruturas do governo.
Mas esta não é
a verdadeira paz que nós queremos e na qualidade de defensor de direitos, em angola não existe paz, porque existe ainda
violações de direitos humanos. Um dos primeiros documentos a ser criado pelas
nações unidas (ONU), foi a declaração universal dos direitos humanos, com o
objectivo de preservar a paz e evitar a guerra, e quando se viola os direitos
humanos é um grande desrespeito à paz.
A primeira
violação dos direitos humanos em Angola é a pobreza, e no nosso país, para se poder trabalhar geralmente temos
que ter o cartão de militante de algum partido politico e principalmente o do
MPLA. O pobre não consegue ter boa saúde, não tem nenhum poder num país que se
chama democrático e geralmente o mundo deles termina onde começou pelo facto de
viverem com medo de perderem o bocado que já têm.
A intolerância política: ainda
existe conflitos entre os partidos políticos, e ouve-se todo o tempo que nas
deslocações feitas por alguns foram atacados por militantes do partido
adversário, e não é possível termos paz
quando os dois representantes da governação de um país estão constantemente em
conflito físico.
A falta de
serviços de saúde que as pessoas precisam também tem sido uma violação dos
direitos humanos, tem-se feito muitas propagandas, como combate à pólio e
outros, mas as pessoas precisam de combater as verdadeiras doenças, e a insuficiência
de meios é o fruto do resultado que
temos vindo a constatar sobre o elevado número de mortalidade por doenças.
A paz mantida
sob a força das armas: a constituição dá a garantia de liberdades de expressão
e de manifestação, mas quando um grupo de jovens pacíficos saem às ruas para
exercerem a sua cidadania protestando aquilo que não vai de acordo com os seus
direitos, são calados pela força das armas, com polícias fardados como se
tivessem a ir numa grande guerra ; Quando uma pessoa exerce a sua liberdade de
expressão, é ameaçada de morte.
Contudo temos
paz e democracia para mostrar às pessoas que somos um povo unido, mas não é
isso que vemos internamente.
Salientou
ainda que sobre as autarquias não adianta falar porque é bem sabido que as autarquias
não dependem do governo, mas no nosso pais é o governo quem decide quando serão
institucionalizadas, e numa suposta democracia como a nossa não adianta falar.
O debate decorreu a 30 de Abril no Hotel Praia Morena e foi mais uma realização da Associação OMUNGA, em parceria com a OHI e com o apoio da Open Society.
Texto e imagens de Domingos Mário
Revisão de José Patrocínio
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