Governador de Benguela faz visita de constatação
desde os armazéns até o local aonde serão reassentadas as famílias vitimas da
chuvas do dia 11 de Março.
As organizações da sociedade civil do
Lobito incluindo a OMUNGA, receberam um convite na passada segunda feia (11 de
Maio), da área social da administração do município, para participarem numa
visita de constatação realizada pelo
governador Isaac Mária dos Anjos, desde
os armazéns aonde estão os bens doados as famílias vítimas das enxurradas do 11
de março, no local onde as famílias estão alojadas até no local onde estão a
ser construídas as novas casas; na visita participaram ONGS como a OMUNGA, AJS,
CIES, e a ADRA
Eis o historial da visita:
Armazéns onde estão os bens doados
Visitou-se os três armazéns, começando
no armazém do antigo estabelecimento de preparação dos produtos do supermercado
Nosso Super, localizado no Luongo, onde está a maior parte dos produtos
doados; depois visitou-se o armazém da
Catumbela (próximo da administração municipal), e ainda visitou-se o terceiro
armazém, localizado no bairro Canata, do município do Lobito.
Quando questionados como estão a ser
geridos aqueles bens, os responsáveis responderam, que mensalmente sai uma quantia que é transferida
para o local das tendas, e outra parte vai para as famílias que ainda se
encontram em casas dos seus familiares e amigos.
Existem ainda produtos como os
refrigerantes, e alguns alimente, em que a sua data de validade pode
ultrapassar o tempo que o governo prometeu transferir as famílias para outro
local, e os responsáveis pelo controle dos produto (MINARS), disseram que estão
a preparar uma actividade infantil, na zona das tendas, para poderem distribuir
o mais rápido aquelas bebidas ás pessoas, no sentido de não receberem depois de
expirados e nem irem para o lixo quando expirarem.
O governador recomendou ainda aos
administradores (Lobito e Catumbela), no sentido de envolverem também as
organizações da sociedade civil na gestão e distribuição dos bens, a fim de não
criar sobrecarga de trabalho, e que de todos se envolvam activamente nos
cuidados dos cidadãos até que estes estejam em suas casas que o governo
prometeu.
Local onde as famílias
estão alojadas
Depois de visitado os armazéns, a
caravana partiu para, o local aonde estão alojadas as famílias. Constatou-se
mudanças no local, pelo facto de já haver uma escola, e aumento o número de
tendas e outros serviços como a saúde e os serviços de registo e de identificação.
Mas notou-se uma falha que meteu triste e preocupado não só as organizações da
sociedade civil como também o próprio governador, não havia água nos tanques
que abastecem as torneiras, muitas das pessoas não tinham como se lavar e nem
como cozinhar. Segundo o responsável da administração municipal do Lobito
naquele local, o problema começou na manhã do dia da visita, e informou, a
empresa responsável pela distribuição da água, mas como não tem poderes
suficientes, o seu pedido não foi considerado, e foi por aquele motivo que o
governador e a equipa visitante não pôde encontrar o precioso líquido a
escorrer nas torneiras.
Local aonde estão ser construídas as futuras casas dos sinistrados
A visita terminou no local onde estão a
ser construídas as novas casas para as famílias sinistradas. A 12 Quilómetros
das tendas, e próximo de uma povoação pertencente a comuna do Biópio,
encontramos pessoas e máquinas a trabalharem para poderem entregar as obras ás
pessoas a um curto período de tempo como foi prometido.
São no total sete empresas a
trabalharem no local, entre as quais seis estão na área de construção e uma
está a se responsabilizar pelo desmatamento do local. Algumas bases já estão prontas, para receberem
a estrutura de casa do tipo T3 (segundo o responsável pela área de Urbanismo e
Habitação), e estão a trabalhar para que sejam concluídas as demais bases.
O regedor municipal do Lobito
questionou: estamos a ver que as empresas que aqui estão só estão com a
responsabilidade nas bases, e as casas quem vai construir? Será que é a
população?
O governador por sua vez respondeu: o nosso compromisso
começa aqui e a discussão está a ser leva para a resolução, nós recebemos
muitas doações de diversos produtos, e devemos fazer a distribuição destes materiais
para ajudar a população a construir as suas casas. Este local aonde vão sere construídas
as casas, dista a 12 km das tendas, o governo entendeu então dar o primeiro
passo que é o de construir as bases não só para construirmos as casas mas
também para servirem de exemplo de como devem ser feitas nas regiões argilosas
como a da província de Benguela, por quem construir uma casa em que a base não
estiver bem feita, a casa racha. Depois disso vamos passar para outra fase que
é a construção das casa definitivas, para a construção das casas definitivas,
temos três opções: a primeira é fazermos com que as empresas que estão a
construir as casas construam também as bases; a segunda entregarmos o material
que recebemos e cada um dos sinistrados venha fazer a construção da sua casa; e
a terceira alternativa é fazer com que as empresas que estão a trabalhar no
local recebam o material que temos e discutamos o preço da mão-de-obra que o
governo poderá pagar. Isto já foge da competência do governador, pelo que já não
consegue resolver este problema, e já escreveu para os seus superiores a pedir
uma instrução, para ver e meter em acção o melhor procedimento. E enquanto não
haver nenhuma resposta, a base já
arrancou, e esta é a nossa parte, o resto vamos aguardar até que nos
respondam e se não nos responderem nós vamos tomar a opção B ou a C.
As organizações da sociedade civil tem
contribuindo muito para o fortalecimento da cidadania e foi uma grande
iniciativa o governo convidar as ONGs a participarem nesta visita de
constatação.
Mas na visita surgiram duas questões
que colocaram uma certa dúvida sobre as ONGs que participaram:
1. A falta de água
nos tanques, é uma preocupação, quando numa visita do governador, os
responsáveis não se preocuparam em resolver esta situação. Será que só
aconteceu na visita do governador?
2. As bases que estão a ser construídas
para suportarem as futuras habitações é outra preocupação, pelo facto de o
governador, não ter a certeza do que vai acontecer.
Fotos, vídeo e texto de Domingos Mário
Revisão de José Patrocínio
Revisão de José Patrocínio
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