13/05/2015

GOVERNADOR DE BENGUELA ORGANIZA VISITA DE CONSTATAÇÃO SOBRE PROGRAMA DE APOIO A SINISTRADOS DAS CHUVAS DO LOBITO E DA CATUMBELA


Governador de Benguela faz visita de constatação desde os armazéns até o local aonde serão reassentadas as famílias vitimas da chuvas do dia 11 de Março.

As organizações da sociedade civil do Lobito incluindo a OMUNGA, receberam um convite na passada segunda feia (11 de Maio), da área social da administração do município, para participarem numa visita  de constatação realizada pelo governador  Isaac Mária dos Anjos, desde os armazéns aonde estão os bens doados as famílias vítimas das enxurradas do 11 de março, no local onde as famílias estão alojadas até no local onde estão a ser construídas as novas casas; na visita participaram ONGS como a OMUNGA, AJS, CIES, e a  ADRA

Eis o historial da visita:

Armazéns onde estão os bens doados

Visitou-se os três armazéns, começando no armazém do antigo estabelecimento de preparação dos produtos do supermercado Nosso Super, localizado no Luongo, onde está a maior parte dos produtos doados;  depois visitou-se o armazém da Catumbela (próximo da administração municipal), e ainda visitou-se o terceiro armazém, localizado no bairro Canata, do município do Lobito.

Quando questionados como estão a ser geridos aqueles bens, os responsáveis responderam,  que mensalmente sai uma quantia que é transferida para o local das tendas, e outra parte vai para as famílias que ainda se encontram em casas dos seus familiares e amigos.

Existem ainda produtos como os refrigerantes, e alguns alimente, em que a sua data de validade pode ultrapassar o tempo que o governo prometeu transferir as famílias para outro local, e os responsáveis pelo controle dos produto (MINARS), disseram que estão a preparar uma actividade infantil, na zona das tendas, para poderem distribuir o mais rápido aquelas bebidas ás pessoas, no sentido de não receberem depois de expirados e nem irem para o lixo quando expirarem.

O governador recomendou ainda aos administradores (Lobito e Catumbela), no sentido de envolverem também as organizações da sociedade civil na gestão e distribuição dos bens, a fim de não criar sobrecarga de trabalho, e que de todos se envolvam activamente nos cuidados dos cidadãos até que estes estejam em suas casas que o governo prometeu.

Local onde as famílias  estão alojadas

Depois de visitado os armazéns, a caravana partiu para, o local aonde estão alojadas as famílias. Constatou-se mudanças no local, pelo facto de já haver uma escola, e aumento o número de tendas e outros serviços como a saúde e os serviços de registo e de identificação. Mas notou-se uma falha que meteu triste e preocupado não só as organizações da sociedade civil como também o próprio governador, não havia água nos tanques que abastecem as torneiras, muitas das pessoas não tinham como se lavar e nem como cozinhar. Segundo o responsável da administração municipal do Lobito naquele local, o problema começou na manhã do dia da visita, e informou, a empresa responsável pela distribuição da água, mas como não tem poderes suficientes, o seu pedido não foi considerado, e foi por aquele motivo que o governador e a equipa visitante não pôde encontrar o precioso líquido a escorrer nas torneiras.


Local aonde estão ser construídas as futuras casas dos sinistrados

A visita terminou no local onde estão a ser construídas as novas casas para as famílias sinistradas. A 12 Quilómetros das tendas, e próximo de uma povoação pertencente a comuna do Biópio, encontramos pessoas e máquinas a trabalharem para poderem entregar as obras ás pessoas a um curto período de tempo como foi prometido.

São no total sete empresas a trabalharem no local, entre as quais seis estão na área de construção e uma está a se responsabilizar pelo desmatamento do local.  Algumas bases já estão prontas, para receberem a estrutura de casa do tipo T3 (segundo o responsável pela área de Urbanismo e Habitação), e estão a trabalhar para que sejam concluídas as demais bases.

O regedor municipal do Lobito questionou: estamos a ver que as empresas que aqui estão só estão com a responsabilidade nas bases, e as casas quem vai construir? Será que é a população?

O governador por sua vez respondeu: o nosso compromisso começa aqui e a discussão está a ser leva para a resolução, nós recebemos muitas doações de diversos produtos, e devemos fazer a distribuição destes materiais para ajudar a população a construir as suas casas. Este local aonde vão sere construídas as casas, dista a 12 km das tendas, o governo entendeu então dar o primeiro passo que é o de construir as bases não só para construirmos as casas mas também para servirem de exemplo de como devem ser feitas nas regiões argilosas como a da província de Benguela, por quem construir uma casa em que a base não estiver bem feita, a casa racha. Depois disso vamos passar para outra fase que é a construção das casa definitivas, para a construção das casas definitivas, temos três opções: a primeira é fazermos com que as empresas que estão a construir as casas construam também as bases; a segunda entregarmos o material que recebemos e cada um dos sinistrados venha fazer a construção da sua casa; e a terceira alternativa é fazer com que as empresas que estão a trabalhar no local recebam o material que temos e discutamos o preço da mão-de-obra que o governo poderá pagar. Isto já foge da competência do governador, pelo que já não consegue resolver este problema, e já escreveu para os seus superiores a pedir uma instrução, para ver e meter em acção o melhor procedimento. E enquanto não haver nenhuma resposta, a base já  arrancou, e esta é a nossa parte, o resto vamos aguardar até que nos respondam e se não nos responderem nós vamos tomar a opção B ou a C.

As organizações da sociedade civil tem contribuindo muito para o fortalecimento da cidadania e foi uma grande iniciativa o governo convidar as ONGs a participarem nesta visita de constatação.

Mas na visita surgiram duas questões que colocaram uma certa dúvida sobre as ONGs que participaram:

1.     A falta de água nos tanques, é uma preocupação, quando numa visita do governador, os responsáveis não se preocuparam em resolver esta situação. Será que só aconteceu na visita do governador?


2.     As bases que estão a ser construídas para suportarem as futuras habitações é outra preocupação, pelo facto de o governador, não ter a certeza do que vai acontecer.

Fotos, vídeo e texto de Domingos Mário
Revisão de José Patrocínio

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