20/07/2016

ADMINISTRAÇÃO DO LOBITO POUCO TRANSPARENTE NA RESOLUÇÃO DO LITÍGIO QUE ENVOLVE AS FAMÍLIAS DO GOLFE E A NÁDIA FURTADO

Aquando da visita dos activistas dos "15+2" à comunidade no Golfe, Lobito

Foi com enorme preocupação que a Associação OMUNGA tomou conhecimento, da Administração Municipal do Lobito, na pessoa do Admnistrador Municipal do Lobito, estar a tentar beneficiar diversos cidadãos na possível distribuição de terrenos em litígio no Bairro do Golfe, zona alta da cidade do Lobito, sem que nada tenham a ver com a comunidade que tem vindo a reinvidicar os mesmos terrenos e que tem merecido o acompanhamento desta associação.

De acordo aos documentos a que tivemos acesso, a Administração Municipal do Lobito pretende beneficiar o Sr. Bento Adriano, morador da cidade do Lobito e que também há 14 anos anda à espera de solução do seu problema com a Administração Municipal do Lobito, devido a procedimentos pouco transparentes por parte daquela instituição no que se refere à distribuição e acesso à terra neste município, com um talhão na citada zona em conflito.

A OMUNGA tem ainda informação, que na possível lista de beneficiários de tais talhões, se encontrem enquadrados outros cidadãos que nada têm a ver com os terrenos e com o conflito, demonstrando assim e mais uma vez, a falta de transparência por parte da Administração Municipal do Lobito nestes processos.

Lembramos que durante todo este processo, as famílias da comunidade que reinvindica os terrenos, supostamente disponibilizados à Sra. Nádia Furtado pelo então Governador Provincial de Benguela, General Armando da Cruz Neto, denunciaram terem sido alvo de processos ilegais com o intuíto de legalizar tais terrenos que demonstram a gravidade da situação. Dentre as várias denúnicas, as famílias reclamaram o facto de terem doado peixe, porcos, lagosta e dinheiro, entre outros, supostamente para ser entregue a pedido de Sua Exª Sr. Governador Provincial, Engº Isaac dos Anjos, sem que em momento algum tivessemo-nos apercebido de qualquer desmentido ou de alguma tentativa de investigação já que, no mínimo, tal denúncia coloca em dúvida e mancha a imagem do Governador Provincial de Benguela.

Por outro lado, a OMUNGA também denunciou que a distribuição de terrenos adjacentes à zona em litígio, foi envolvida por falta de transparência beneficiando estranhos ao processo.

Agora, com esta prova, fica mais uma vez claro como o processo de acesso e distribuição de terrenos no Lobito em nada é transparente podendo vir a beneficiar a corrupção.

Por outro lado, o Administrador Municipal do Lobito continua a referir-se ao “terreno da Nádia” quando realmente está mais que provado que é ilegal tal tentativa de cedência de 12 Ha de terras em zona urbana para uma única pessoa e sem até ao momento ter sido publicamente esclarecido o referido processo de cedência, nem existir, conforme confirmou o Governador Provincial de Benguela, qualquer projecto concreto por parte dessa cidadã para citados terrenos.

Por último, devemos lembrar que as famílias vitimizadas neste processo e que continuam a lutar e a reclamar pelos seus direitos à terra, endereçaram a sua petição junto do Presidente da República para que se posicione em relação à questão.

Nesta conformidade, através desta a OMUNGA, baseando-se nos esclarecimentos acima mencionados, posiciona-se:

1 – Considerar definitivamente ilegal o processo de cedência à Sra. NÁDIA FURTADO de 12 Ha de terras na zona urbana do Lobito, no Bairro do Golfe, já que o mesmo contraria o legislado;
2 – Considerar definivamente o direito à terra através de um processo legal, justo, transparente e participativo de distribuição de terrenos às famílias vitimizadas;
3 – Que nenhum outro processo avance sem a intervenção solicitada do Presidente da República, pela comunidade afectada;
4 – Que seja aberto definitivamente um processo investigativo sobre os procedimentos de solicitação, distribuição e acesso a terrenos na cidade do Lobito e responsabilização de todos aqueles que possam estar envolvidos em casos ilegais e de corrupção nestes processos;

5 – Resolver imediatamente o problema do Sr. Bento Adriano, vítima destes procedimentos por parte da Administração Municipal do Lobito há 14 anos, sem o envolver em mais algum litígio e dando-lhe a devida compensação.

Por tal motivo, a OMUNGA endereçou uma carta aberta ao Governador provincial de Benguela a exigir o respeito pelos direitos à terra desta comunidade e a protestar contra a ilegalidade na cedência de 12 Ha a uma única cidadão, em zona urbana bem como a falta de transparência por parte da Administração Municipal do Lobito no que se refere a processos de distribuição e atribuição de terrenos na cidade.

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