17.10.2016
SINISTRADOS
DAS CHUVAS DE 2015 NO LOBITO VIVEM AINDA CONDIÇÕES PRECÁRIAS
Iniciaram
as chuvas a nível do Lobito e Catumbela. A caminho dos dois anos após as
calamidades das chuvas que dizimou bairros e ceifou vidas humanas, as
associações AJS, CRB e OMUNGA decidiram avaliar as condições em que se
encontram os sinistrados e que se encontram localizados nos Cabrais.
No
dia 14 pelas 08 horas, as 3 organizações, visitaram o local e registaram as
seguintes constatações.
Casas:
estavam previstas a construção de 375 casas, atualmente apenas 6 foram
concluídas, 35 em fase de cobertura, aproximadamente 200 casas estão com 11
fiadas de blocos, e as demais são apenas bases. As obras encontram-se paradas,
e as famílias não receberam nenhuma informação sobre o arranque e muito menos
sobre o ponto de situação das obras, o que as mesmas contam é que as empresas
que lá se encontravam a fazer a construção das casas desapareceram e tudo ficou
como está.
Água: segundo os
moradores, estavam melhor no local anterior (onde foram alojados) porque havia
abastecimento de água constantemente e a mesma era distribuída em tanques, que
depois eram canalizados nas torneiras. Atualmente tem havido muitas falhas pelo
que no início das chuvas, foram obrigadas a utilizarem a água das chuvas para
matarem a sede. Atualmente a cisterna de água só vem duas vezes por semana, e
as pessoas são obrigadas a correrem com os seu baldes para adquirem o precioso
líquido. E para além disso, uma das cisternas encontra-se avariada.
Iluminação: todas
as ruas têm postes de iluminação, mas nenhum poste acende por falta de corrente
elétrica. O gerador que apoiava o campo das tendas anterior, encontra-se
paralizado.
Tendas:
nenhuma família encontra-se alojada pelo que todas encontram-se vivendo nas
tendas que lhes foram fornecidas em 2015. As mesmas encontram-se em estado
degradável e poderão não aguentar as próximas chuvas.
Latrinas:
o local não dispõe de nenhuma latrina, e as pessoas têm feito as suas
necessidades nos capins.
Segurança: o
local dispõe de um posto policial, mas com um número de agentes muito reduzido,
e tendo em conta o nível de vida, o roubo aumentou, algo que tem preocupado
muito a população naquele local.
Escola: A
escola continua no seu normal funcionamento, mas só têm aulas até a sexta
classe. Algumas pessoas deslocam-se até ao Biopio para poderem continuar com os
seus estudos
Posto de saúde:
o posto carece de medicamentos
Conflitos: Antes
do projeto das casas, aquele local era habitado por uma comunidade, que segundo
os sinistrados têm havido muitos conflitos entre as duas. Foi construído um
comité do MPLA, os antigos dizem que aquele comité lhes pertence; conflitos
verbais contra o administrador do bairro por este ser separatista (segundo a
comunidade antiga). Há dois dias, um senhor do lado dos sinistrado escapou ser
agredido, mas foi defendido por um dos professores, a população teme por coisas
piores se o conflito continuar.
Para
além das informações acima, no local não existe praça e nem existe qualquer
outra actividade quer para as crianças, quer para os jovens.
A
AJS e o CRB, já deram início à onda de solidariedade para recolha de donativos
para as famílias.
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