Nota de Imprensa
A associação Mãos Livres tomou
conhecimento via comunicação social de uma conferência de imprensa realizada
dia 29 de Janeiro, pelo Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional.
A exposição feita pela
Comandante Provincial da Polícia, para a associação Mãos Livres, apenas tratou
de limpar a imagem da sua instituição e não esclarecer os factos como
ocorreram.
1 – As contradições da comandante:
Disse a Comandante que os
jovens estavam a ser perseguidos na via expresso Cacuaco Viana, por agentes da
polícia nacional, chamados a intervir mediante um telefonema de cidadãos.
1- Se a polícia estava em perseguição dos ditos “
meliantes”, onde é que os prendeu?
2- Se os ditos meliantes estavam a ser perseguidos pela
polícia e estando de motorizada que tempo teriam durante a perseguição para assaltarem
uma viatura Rav 4?
3- Se a perseguição foi feita na via expressa, como os
corpos baleados, conforme monstram as fotos foram encontrados na área do
Eco-campo?
4- Se os ditos meliantes foram alvejados por um
presumivel militar, então, este, está identificado. De quem se trata?
5- Se o presumivel militar alvejou mortalmente um dos jovens, então, há um crime de
homicídio. Aonde foi aberto o precesso e qual é o número do registo.
6- Se um dos jovens baleado e morto está algemado quem o
algemou? Ou os populares também fazem
uso e porte de algemas?!...
2 A experiência
1º - No caso Simão Roberto, a
polícia apresentou 3 jovens como tendo sido os autores da morte daquele jornalista.
Após a intervenção da Associação Mãos Livres, que garantiu a defesa dos ditos
criminosos foi possível concluir:
a) Os jovens aceitaram o cometimento do crime porque um
deles havia sido morto no mercado Roque Santeiro, o segundo morreu na cadeia e
o terceiro foi absolvido pelo tribunal.
b) Neste processo, oficial da polícia chamado a depôr nos
autos e durante o julgamento foi peremptório em dizer que tudo que relatou na
instrução o fez por ordens superiores, isto é, não condizia com a verdade.
2
- No caso frescura, a polícia jurou “de pés
juntos” que tinha sido rixa de um grupo de marginais, quando na verdade, foram
agentes da polícia que, sem dó nem clemência, assassinaram bruptalmente os
jovens que se encontravam em conversa amena.
3
- Casos de
agentes chamados de “baixa visibilidade” hoje dúvidas não existem e porque
provas não faltam de agentes da polícia que operam em Cacuaco que usam viaturas
“ não caracterizadas”, a paisana e armados perseguem e prendem cidadãos sem
nenhum mandado judicial.
A
associação Mãos Livres, não se deixa intemidar com ameaças de processos
judiciais. Pois, na sua vocação, no seu comprometimento com os Direitos Humano
o obriga a assumir os riscos, que são normais em países como nosso.
Associação
Mãos Livres continuará a exigir um inquérito independente dos factos ocorridos
em Cacuaco e não se calará até que a verdade venha ao público.
Associação
Mãos Livres vai exigir da Procuradoria Geral da República que sejam protegidas
as testemunhas do presente caso. Pois, exemplos existem de individuos de que se
solicitou proteção acabaram mortos.
Associação
Mãos Livres continuará a sua luta contra impunidade.
Luanda, 31 de Dezembro de 2013
O Presidente
Salvador Freire dos Santos
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