19/07/2009

DEBATE ABERTO

O QUE IMPEDE OS NEGROS?

Numa conversa dessas, alguém perguntou quem eu achava ser mais inteligente, entre o branco e negro. Respondi sem vacilar que era o branco. … - Porra tu és negro e dizes uma coisa dessas? – O mau é nós acreditarmos em coisas fúteis e tentarmos carrega-las, para esconder uma realidade que nos faz tão mal, mas que não somos capazes de superar. A justificação é sempre a mesma e absurda: a culpa é dos brancos. Somos assim por causa dos brancos.

Não é verdade que geneticamente um branco seja mais inteligente que um preto, mas como os homens são seres sociais, devemos compara-los no contexto de interacção de grupo. O branco como grupo é mais inteligente que o negro. Tem sabido interpretar como maior precisão o meio que o rodeia, tirando grande proveito das oportunidades que lhes são brindadas.

A questão do negro, seja já lá onde ele esteja, é preocupante. Apesar de haver o registo de muitos negros que se destacam em várias matérias pelo mundo a fora, este destaque não pode servir para confundir milhões de outros que constituem a população mais miserável deste planeta. Trata-se de sucesso pessoal que ainda esta longe de ser colectivo. De facto, seria motivo de alegria se o sucesso de cada um destes negros influenciasse na ascensão progressiva de outros.

Os que escapam desde desaire são apenas uma gota no oceano. Pois, continuamos os mesmos inúteis, gananciosos, ignorantes e incapazes de darmos um rumo melhor para as nossas comunidades e países. Assim é na África, como nas Américas. A euforia que nasce em relação a um negro que atinge o sucesso é maior do que a erupção necessária para libertar da miséria milhares de outros.

Uma forma real de ser inteligente é interpretar a da unidade como factor essencial para o progresso. Duas pessoas constroem duas casas mais eficientemente trabalhando juntos, do que se cada um construir a dele sozinho. È o sentido de unidade, o elemento ausente no negro e o que o caracteriza de insciente. Pelo contrário, o branco tem sabido aproveitar essa lacuna dos negros e tirar grandes proveitos.

Ao certo, é que ficamos sensibilizados que os brancos são os culpados da mísera dos negros e até hoje continuamos a ver o branco como obstáculo do nosso progresso. Mesmo depois de passados vários anos muitos africanos ainda culpam os ex-colonizadores pelos males que assolam os seus países. Uma ilusão que nos impede identificar quem é o verdadeiro inimigo do negro. Neste caso, o próprio negro.

A escravatura é comparada com “um tiro no coração da África negra, que levou-a a beira da morte. O fim da escravatura foi o remover desta bala, que apesar de a não ter salva definitivamente, deixou África fora do perigo da morte. Porém os danos causados pela bala precisavam de seguir um tratamento adequado para a recuperação saudável dos ferimentos. A não serem seguidos os procedimentos necessários, África ficou com uma grave infecção, que se tornou crónica”, (a. d.).

O negro em geral continua a carregar a marca indelével de “escravo”. Ele é desrespeitado, humilhado, renegado e associado ao ruim, mísero e desprezível. «Negro, para além de ser a indivíduo, o preto, também passou a significar sujeira, tristeza, sinistro, maldição, ilegalidade, obscuro, etc.,», (.a.d).

Depois da escravatura e da colonização, o negro na África herdou outro sistema de opressão. Trate-se de um sistema político arcaico, recheado de ódio, de guerras, corrupção, mortes, miséria, enriquecimento ilícito dos líderes, enfim, um caos total. A maioria dos líderes africanos negros, desde a era dos “libertadores” aos dias de hoje, está possuída pela avidez, tentando a todo e qualquer custo acumular riquezas que os iludem ao estilo de vida igual ao de seus congéneres brancos. Difundem ao povo a ideia de serem os verdadeiros libertadores desses e, todo o resto do sofrimento é fruto dos tempos escravidão, da colonização e das guerras consequentes.

Na América, a senda é mesma. Os negros não se libertam dos espectros da segregação e outras práticas discriminatórias do passado. Manifestando através do Rap e o Hip-hop uma forma de revolta que é despida de qualquer objectivo real. Pelo contrário, demonstram pouquíssimo interesse nos aspectos que elevam a sua socialização, como a formação académica e intelectual. É comum por exemplo, ver-se nas ruas da América, montes de meninas negras mães solteiras, carregando filhos de pais negros que chispam da responsabilidade paternal.

Num país onde o ensino médio, exigido para qualquer outra carreira, é 100% grátis, os negros constituem a maior população fora do sistema de ensino, mas são a maioria nos estabelecimentos presidiários. Este tipo indisciplina social emblema o negro a um estereótipo negativo, renegando-os para o fundo no sistema social Americano.

Questionado sobre os tempos de segregação e actualmente, com a eleição de Barack Obama, Jesse Jackson Jr, o jovem senador de Ilinois, fez-se claro que «o mais importante será reflectir sobre o que impede hoje os negros americanos em ascenderem e não era importante referirmo-nos constantemente no passado» Frisando a necessidade de trocar o estereótipo, devendo os negros assumirem as suas responsabilidades sociais, sobretudo as paternais, primaram por uma conduta sociedade ampla, e não tentarem impor a uma cultura radicalmente revoltosa, exemplo, o estilo de usar as calças abaixo das nádegas».

Durante a eleição de Barack Obama, quase todos os negros no mundo em especial na África pularam de alegria. Era um acontecimento histórico. Sim. Histórico, e dali? O que é que isso tem a haver como resto dos resto dos negros, em especial em África. Não passa apenas de um dado histórico na América em eleger uma figura não branca*. Ele não será a solução para África, mas uma oportunidade que cabe os africanos aproveitar. Que porém, falta inteligência para tal.

Contudo, o mais importante, não é o negro subir aos pódios nas Américas ou na Europa, mas sim na África. É na África onde o negro deve ter sucesso e vincar uma postura que eleve a seu respeito, primeiro pelos próprios Africanos e sequencialmente pelos brancos. O Africano será um dia respeitado, quando os sistemas políticos fúteis que eles próprios apoiam deixarem de existir em substituição dos que revertem-se ao favor deles.

O sucesso do negro, deve começar na África, seu habitat, mas é precisamente na África onde o negro sofre as maiores injustiças e é obstaculizado no seu progresso, e já não pelo branco.
Nelson Mandela é um símbolo de integridade e dignidade, que faz dele um negro de quem os Americanos, Europeus, Asiáticos e outros rendem respeito, claramente, é este tipo de honra que falta à muitos dos líderes africanos negros e como resultado, não só eles perdem o respeito como milhões de outros sofrem as consequências.

Em contraste, nós os negros africanos, os tais miseráveis, temos esta mania de agraciar, nossos “Libertadores”, enquanto eles ostentam riquezas incalculáveis diante da nossa miséria. Subscrevemo-nos com os sistemas políticos que eles arquitectam, continuando nós a culpar as ex-colónias, para onde os líderes, que apoiamos, vão armazenando suas fortunas. Acabando essas por lá se perderem.

Existem muitos exemplos para referir que o preto é ignorante. Se repararmos na diferença entre os países da África Negra e a África do Magreb. Na diferença de como eram os países na época da colonização e como são nos dias de hoje. Se reparamos, os países onde os colonizadores permaneceram por mais tempo atingiram maior desenvolvimento, como o caso da África do sul, que apesar do regime do Apartheid tem um considerável número de negros formados. A nossa ignorância não se reflecte apenas em não sermos capazes de progredir, mas também de sermos incapazes de identificar a nossa debilidade.

Fomos incutidos em atribuir a culpa da nossa miséria aos brancos, e apartamo-nos do que passa entre nós. É capaz de haver uma grande manifestação, se mataram cinco negros na Europa. Em contraste, na própria África onde morrem aos milhares e outros milhares são de miseráveis, sem escola, sem assistência médica, sem habitação, água potável, etc., sempre há uma “boa justificação”.

Em suma, tenho em crer que o negro africano ou americano, incluindo o brasileiro, possui características iguais, suficientes para adjectiva-lo como um só. O negro está associado aos aspectos negativos fruto daquilo que ele próprio não faz para se libertar. Culpar o branco do nosso atraso e das nossas desgraças, é tão-somente admitirmos que devemos ser atrasados para toda a vida.

Bernardo Sousa Santos 213 Camelia Ave
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