A 4 de Outubro de 2010, em alusão ao Dia Mundial do Habitat, a OMUNGA organizou na CEFOJOR – Luanda, um encontro com jornalistas.
Um representante de Luanda, 2 da Huila e 3 de Benguela, falaram sobre a realidade que vivem as suas comunidades desde que foram vítimas de demolições, desalojamentos e assentamentos forçados.
A Hilária, que se encontra actualmente na Tchavola (Huila), contou:
“No dia 6 de Março de 2010, no Lubango, o governo deu início a uma campanha das demolições das casas, situadas ao longo dos caminhos de ferro, a partir da comuna de Arimba à Mapunba, no prazo de 4 dias, até ao dia 9 do mesmo mês e ano.
Nós fomos sujeitos a despejos surpresos traumatizantes, em que todos fomos apanhados desprevenidos pela chegada não anunciada da polícia, dos tractores demolidores, sem antes terem avisado.
Acabando de destruir as casas, deixaram-nos ao ar livre sem explicarem para onde irmos, durante 4 dias, em baixo da chuva, até que o governo enviou camiões basculantes que começaram a transportar –nos para a Tchavola, localidade sem quaisquer condições de abrigo.
Nesta acção, havia óbito que a polícia teve que dispersar para demolir a casa. Nesta operação a comunicação social não teve acesso.
Pelo que já sofremos e olhando pelo que havemos de passar, tendo em conta a época chuvosa que se aproxima, nem dá para imaginarmos, porque até hoje, a maioria não tem tendas e muitos não têm chapas, para fazer bate-chapa.
Ainda assim, dia 16 de Setembro do ano em curso, o governo começou a despejar outros povos, ao longo do rio Mukufi, sem qualquer salva-guarda alternativa.
Nós estamos sem água potável, para não falar de outros cuidados, necessidades básicas.
O governo ignorou e continua a ignorar as consequências humanitárias dos despejos, particularmente quando se trata de grupos vulneráveis, como as mulheres, crianças, idosos, deficientes físicos e os desempregados.
Não apurou também os direitos fdos moradores sobre as suas habitações, antes de proceder os despejos. Não indemnizou a ninguém, nem a ninguém deu o direito a habitação, cuidados de saúde básicos, educação ou qualquer outro meio de apoio material ou alimentação.
As demolições ao longo dos caminhos de ferro causaram o desalojamento de 3081 famílias que estamos colocados na Tchavola e Kuaua.
Agora já aumentou o número para 5700 famílias devido ao desalojamento que está em curso ao longo do rio Mukufi.
São dados provisórios porque cada dia o número aumenta. Este povo está a ser realojado na zona da Tchimukua.”
Este ano o dia Mundial do Habitat foi comemorado sob o lema “Cidades Melhores, Vida Melhor”. Achamos oportuna a questão colocada pela Relatora Especial para o Direito à Habitação Adequada das Nações Unidas: “Cidades Melhores, Vida Melhor, para QUEM?”
A actividade contou com o apoio da ACC e APDCH e enquadra-se na campanha “NÃO PARTAM A MINHA CASA”.
Um representante de Luanda, 2 da Huila e 3 de Benguela, falaram sobre a realidade que vivem as suas comunidades desde que foram vítimas de demolições, desalojamentos e assentamentos forçados.
A Hilária, que se encontra actualmente na Tchavola (Huila), contou:
“No dia 6 de Março de 2010, no Lubango, o governo deu início a uma campanha das demolições das casas, situadas ao longo dos caminhos de ferro, a partir da comuna de Arimba à Mapunba, no prazo de 4 dias, até ao dia 9 do mesmo mês e ano.
Nós fomos sujeitos a despejos surpresos traumatizantes, em que todos fomos apanhados desprevenidos pela chegada não anunciada da polícia, dos tractores demolidores, sem antes terem avisado.
Acabando de destruir as casas, deixaram-nos ao ar livre sem explicarem para onde irmos, durante 4 dias, em baixo da chuva, até que o governo enviou camiões basculantes que começaram a transportar –nos para a Tchavola, localidade sem quaisquer condições de abrigo.
Nesta acção, havia óbito que a polícia teve que dispersar para demolir a casa. Nesta operação a comunicação social não teve acesso.
Pelo que já sofremos e olhando pelo que havemos de passar, tendo em conta a época chuvosa que se aproxima, nem dá para imaginarmos, porque até hoje, a maioria não tem tendas e muitos não têm chapas, para fazer bate-chapa.
Ainda assim, dia 16 de Setembro do ano em curso, o governo começou a despejar outros povos, ao longo do rio Mukufi, sem qualquer salva-guarda alternativa.
Nós estamos sem água potável, para não falar de outros cuidados, necessidades básicas.
O governo ignorou e continua a ignorar as consequências humanitárias dos despejos, particularmente quando se trata de grupos vulneráveis, como as mulheres, crianças, idosos, deficientes físicos e os desempregados.
Não apurou também os direitos fdos moradores sobre as suas habitações, antes de proceder os despejos. Não indemnizou a ninguém, nem a ninguém deu o direito a habitação, cuidados de saúde básicos, educação ou qualquer outro meio de apoio material ou alimentação.
As demolições ao longo dos caminhos de ferro causaram o desalojamento de 3081 famílias que estamos colocados na Tchavola e Kuaua.
Agora já aumentou o número para 5700 famílias devido ao desalojamento que está em curso ao longo do rio Mukufi.
São dados provisórios porque cada dia o número aumenta. Este povo está a ser realojado na zona da Tchimukua.”
Este ano o dia Mundial do Habitat foi comemorado sob o lema “Cidades Melhores, Vida Melhor”. Achamos oportuna a questão colocada pela Relatora Especial para o Direito à Habitação Adequada das Nações Unidas: “Cidades Melhores, Vida Melhor, para QUEM?”
A actividade contou com o apoio da ACC e APDCH e enquadra-se na campanha “NÃO PARTAM A MINHA CASA”.
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