Durante os
muitos anos de guerra em Angola, as partes em conflito utilizaram crianças e
adolescentes nas suas frentes de combate, contrariando todos os tratados
internacionais de direitos da criança sobre esta matéria.
Na altura da
assinatura dos acordos de paz, fez-se silêncio absoluto sobre este assunto. As
crianças soldado, quer as que ainda se encontravam nessa situação, como aquelas
que, por diferentes motivos, se encontravam já fora de ambos exércitos, ficaram
assim silenciadas. As partes aceitaram e promulgaram a amnistia!
Manel é um jovem que foi
raptado, num grupo de
cerca de 300 órfãos, do lar do Bailundo, na altura em que a UNITA ocupou aquele
município. O lar era uma instituição pública. Os responsáveis por aquele centro abandonaram
completamente aquelas crianças como muitos idosos que ali também se abrigavam.
Não temos conhecimento de qualquer passo dado pelo governo de Angola junto das
Nações Unidas ou da União Africana para que fossem tomadas medidas de proteção
daquelas crianças, durante o período de conflitos.
Depois da
fuga das fileiras da UNITA, com outros companheiros, Manel tem desenvolvido uma série de passos para
que seja reconhecida a sua situação e que beneficie das políticas de proteção
social. Todo o seu percurso é demonstrado numa entrevista que concedeu à
Brigada Jornalística da OMUNGA. O acreditar nos seus direitos e a fé na sua
luta, têm-no levado a redigir cartas às mais diversas instâncias. Uma história
cheia de exemplos.
Acompanhem
aqui a entrevista:
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