Depois de
4 meses de greve, continua a não haver negociação entre a entidade patronal do SHOPRITE e os trabalhadores grevistas.
A greve foi declarada por falta de vontade demonstrada pela
entidade patronal em negociar directamente com a Comissão de Greve e o
Sindicato. A 5 de Março, houve a primeira tentativa de conciliação junto do
procurador da sala de trabalho do Tribunal Provincial do Lobito. Por decisão
deste, a sessão foi adiada por 15 dias pelo facto do mesmo considerar que a
documentação apresentada pelo representante da entidade patronal não respondia
aos requisitos requeridos por lei.
Encontro entre o coordenador da OMUNGA e os trabalhadores a 25 de Março
Durante todo este período de greve, a entidade patronal recorreu
aos mais diferentes métodos para desmobilizar os grevistas, como recurso à
força através da polícia nacional e de segurança privada, contratação de novos
trabalhadores, impedimento de consumo de água e do uso dos banheiros pelos grevistas, entre outros.
A 15 e 16 de Março, os trabalhadores em greve desenvolveram acções
com o intuito de se suspender imediatamente as actividades dos novos trabalhadores contratados depois do início da greve. Estas acções,
caracterizaram-se pela concentração dos grevistas por defronte da entrada
daquele supermercado, tentando impedir o acesso de consumidores ao
estabelecimento. Resultou daqui, a presença no local do vice administrador
municipal e do representante da polícia nacional onde apelaram aos
trabalhadores para pôr fim a essas acções e por outro lado, para que a entidade
patronal acatasse a decisão da suspensão dos novos trabalhadores, o que não
aconteceu.
A 22 de Março, foi marcada mais uma tentativa de conciliação
marcada pela ausência da entidade patronal. Argumentou sua ausência com o facto
dos trabalhadores terem desencadeado as acções de protesto de 15 e 16 de Março.
Embora denotando cansaço, os trabalhadores acreditam na força da justiça e da
legalidade. Insistem no processo judicial.
Já a 26 de Março, Filomeno Vieira Lopes, do Bloco Democrático, em
visita à província, deslocou-se ao local para transmitir a sua solidariedade.
Francisco Vieira Lopes (BD) e Pedro Teca (Movimento Revolucionário)
em encontro com os trabalhadores a 26 de Março
Acompanhem as declarações dos trabalhadores registadas a 25 de Março de 2013:
NÃO FAÇO COMPRAS NO SHOPRITE!
SOLIDÁRIO COM AS REIVINDICAÇÕES DOS TRABALHADORES, CONTRA OS DESPEDIMENTOS E CONTRA O RACISMO
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