LOBITO, 29 de Maio de 2009
MEMORANDO DE ENCONTRO ENTRE JORNALISTAS E
COMITÉ PROVINCIAL DO MPLA - BENGUELA
A OMUNGA tomou conhecimento de cópias de dois documentos assinados pelas instituições membros da REDE DAS ASSOCIAÇÕES SÓCIO-PROFISSIONAIS DE JORNALISTAS.
O primeiro documento é um MEMORANDO SOBRE O RELANÇAMENTO DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL NA PROVINCIA, dirigido à direcção do Comité Provincial do MPLA/Benguela e com cópia ao Sr. Governador Provincial de Benguela. Está datado de 25 de Fevereiro de 2009 e é assinado por representantes em Benguela do Centro de Imprensa de Benguela (CIB), Sindicato de Jornalistas de Angola (SJA), Associação de Jornalistas Económicos (AJECO), Centro de Especialidade de Jornalistas do MPLA (CEJ), União de Jornalistas de Angola (UJA) e Associação das Mulheres Jornalistas (AMUJA).
Refere-se a um encontro “mantido no dia 18/02/09 entre as associações sócio-profissionais de jornalistas e a direcção do Comité Provincial do MPLA” e do qual realçamos:
No ponto 2 (OBJECTIVOS PRETENDIDOS), no terceiro objectivo (transcrevemos na íntegra)
- Aumento da interactividade entre o partido, as associações enquanto parceiras intervenientes no processo de comunicação social e o sector do governo afecto à comunicação social. (o negritado é nosso)
No ponto 5 (O PAPEL DAS ASSOCIAÇÕES), no primeiro parágrafo (transcrevemos na íntegra)
As associações socioprofissionais ligadas à comunicação social são actores para acções e desenvolvimento social com a missão de impulsionar, dinamizar e estimular o ritmo de mudanças sociais da realidade provincial através da mobilização dos profissionais da classe, visando criar um ambiente de diálogo permanente entre a classe, a sociedade, o Partido, os sectores governamentais. (o negritado é nosso)
No ponto 7 (RECURSOS HUMANOS), no primeiro parágrafo (transcrevemos na íntegra)
Como sugestões propomos aos órgãos do Partido a elaboração de um quadro de referência que permita uma melhor gestão dos recursos humanos no nosso contexto com base nas reflexões sobre os conteúdos que nos foram apresentados e nas informações partilhadas entre os membros das referidas associações. (o negritado é nosso)
No ponto 8 (COMPENSAÇÃO DOS JORNALISTAS), nos parágrafos 3, 4 e 5 (transcrevemos na íntegra)
Aqui queremos recordar a direcção do partido o importante papel que os jornalistas desempenharam nas eleições legislativas que culminou com a vitória do MPLA.
Contrariamente ao que aconteceu em algumas províncias, em Benguela a classe não viu recompensados os seus esforços.
Para sermos mais claros, nem que não fossem todos, mas gostaríamos que alguns membros da classe fossem agraciados com viaturas e alguns valores que podessem ajudar em projectos pessoais. (o negritado é nosso)
No ponto 10 (QUOTAS PARA OS CARGOS DE GOVERNAÇÃO), no parágrafo 2 (transcrevemos na íntegra)
À luz das alterações no quadro da nomenclatura do governo, pensamos que alguns dos membros da classe estão disponíveis para exercer cargos a nível do governo provincial e das administrações municipais. (o negritado é nosso)
Para terminar, no ponto 11 (FORMAÇÃO ACADÉMICA CONTÍNUA E CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL), no segundo parágrafo (transcrevemos na íntegra)
Gostaríamos solicitar a ajuda do partido no sentido de sensibilizar as entidades de direito no sentido de proporcionarem os financiamentos ou bolsas. (o negritado é nosso)
O segundo documento, datado de 16 de Fevereiro de 2009 e assinado pela direcção da rede das associações sócio profissionais de jornalistas, dirigido à direcção do comité provincial do MPLA/Benguela, refere-se à “PROPOSTA CONJUNTA” para o cargo de Director Provincial da Comunicação Social, dos seguintes jornalistas:
1- JAIME VICTORINO AZULAY
2- JOÃO CARLOS DE CARVALHO
3- ADÃO FAUSTINO MUHONDO
4- JOSÉ ANTÓNIO ALEXANDRE
Este documento pode mais uma vez trazer a público a ausência de critérios profissionais para a nomeação para cargos públicos importantes mas a sua aproximação partidária, já que nos parece que o MPLA não deve ter nada a ver com a nomeação de um quadro para a chefia de uma direcção provincial da estrutura governamental.
Tomando em conta que a veracidade de tais documentos podem pôr em causa a idoneidade dos jornalistas dos órgãos públicos de comunicação social e pode inclusivamente pôr em causa a transparência do processo eleitoral na província, como a transparência e independência dos órgãos de comunicação social públicos e o uso abusivo desses mesmos órgãos em prol de interesses privados e partidários, contrariamente ao que deve ser o seu objecto social que é o de educar e informar com verdade os cidadãos, a OMUNGA preocupada e enquanto membro da sociedade civil angolana e com o estatuto de observador da Comissão Africana dos Direitos Humanos e dos Povos endereçou a 04 de Maio de 2009, cartas ao Exmo. Sr. Procurador-geral da República (Ref.ª: OM/102/09 e com data de recebimento a 12/05/09), ao Conselho Nacional da Comunicação Social (Ref.ª: OM/103/09 e com data de recebimento a 14/05/09) e ao Sindicato de Jornalistas de Angola (Ref.ª: OM/104/09 e com data de recebimento a 12/05/09), com o propósito de apresentar a sua elevada preocupação sobre o assunto e solicitar um processo de investigação sobre a veracidade dos documentos e a possibilidade de ter havido acordos formais e/ou informais entre os jornalistas da comunicação social pública e o partido MPLA para a campanha eleitoral (e/ou antes à campanha eleitoral). Solicitou ainda a publicação do relatório de tal investigação.
1 comentário:
Em 1991 o MPLA PT jurídicamente abdicou do comunismo; mas os integrantes do MPLA não mudaram a forma de pensar e de idealizar o mundo. Como o Yannixk cantou mentalidade, atitude e comportamente Não mudou, aliás são os mesmos maxistas leninistas de ontem que se tornaram capitalista liberal de hoje. O comunismo significa principalmente que o partido que se confunde com as instituições do estado practiamanete determina quem deve fazer o que e aonde, seja qual for o sector da vida socio económica. Não é isso que estamos a testemunhar? os intelectuais são obrigados a humuliar-se nos diferentes corredores do Partido para nomeações, acesso a cargos de chefia, casas ou carros. Os empresários que não são da obediência do Partido, estão levados a falência pela bureaucracia do estado_partido e oportunidades vedadas dos contratos milionários do estado_partido. Há infelizmente muito sem escrúpulos no nosso país que vão se rastejar diante de qualquer um que detem as rédeas do poder para conseguir estes bens materais e sentir se alguém. No dissem a luta continua e a victoria é certa! então isso é continuação do comunismo modo Angolano do tipo Hugo Chave.
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