A corrupção, e a falta de clareza são
as principais causas que põem a população preocupada.
Segundo os moradores, em Novembro de
2012, criou-se uma comissão, para gerir o sector energético da comuna do Gama,
onde envolve vários bairros incluindo o Vimbalambe. Depois de criada a Comissão,
os seus membros sentaram-se com a população com a proposta de cada casa
contribuir com um valor de cento e quarenta mil kwanzas (140 000), para a
construção de 4 cabines eléctricas, com a proposta de que a área
teria corrente eléctrica, um mês depois de todos acabarem de pagar.
Dos 140 mil kwanzas, concordou-se que cada casa pagaria apenas 40 mil kwanzas.
Depois de algumas pessoas fazerem o
pagamento, no final de 2014, apresentaram à comunidade 4
cabines eléctrica, sem nenhum instrumento, segundo os nossos
entrevistados, desde o princípio das obras desconfiavam que as coisas não
estavam a correr bem.
Depois da construção das cabines, no
principio de 2015, mandaram 4 pontos de transformação (4 PTs), mas devido às
desconfianças, e pelo valor que lhes fora cobrado, eles não sabem se aquelas
peças são do governo ou privadas, e o Soba Restino diz que também não sabe de
nada porque o administrador comunal do Gama e o soba Nicolau, entram na área
dele sem o seu consentimento.
No dia 31 de Janeiro de 2015, o soba
Restino convocou uma reunião à comissão de gestão do
sector energético do Gama, mas na reunião, os responsáveis não
apresentaram um plano de gestão, não apresentaram contas à comunidade, nem
falaram sobre os quatro PTs, pelo contrário, insistiam para a comunidade pagar
os 40 mil kwanzas, em que o depósito destes valores tinha que ser na conta do
soba Nicolau. Quando a comunidade questionava se o trabalho é privado ou do
governo, eles só respondiam que aquilo tudo é trabalho do estado.
Se o trabalho está a ser feito pelo
estado, porquê o valor da contribuição tem que ser depositado na conta bancária
do soba Nicolau?
O soba Restino diz que a administradora
municipal da Catumbela não tem conhecimento desta situação, porque se tivesse
não permitiria que os valores fossem depositados na conta de um soba. Diz ainda
que existe uma grande aliança entre o soba e o administrador do Gama com o nome
de Manuel Rita Gaspar, que inclusive já o ameaçou de prisão se
continuasse a defender o povo, e desde que começou esta aliança, muita coisa
foi alterada naquele local contribuído ainda com uma grande desordem,
corrupção e desrespeito contra a comunidade. Dois exemplos destas
violações são: a usurpação ilegal de terras que o procurador João Carlos praticou
contra militares de inatividade temporária com a ajuda do administrador
comunal do Gama e do secúlo Nicolau que até ao momento ainda não foi
resolvido; e a usurpação ilegal do local que foi projetado como
praça, que o senhor João Neves, (militar dos serviços prisionais de Benguela
com a patente de primeiro sargento) fez com a ajuda dos dois dirigentes máximos
do Gama.
Já o soba Nicolau, que rege a outra parte
do Vimbalambe, diz que tudo aquilo que os moradores afirmam não passa de uma
grande mentira, que tudo está a ser feito como planeado anteriormente, não
existe nenhuma conta bancária pessoal pois os valores estão a ser enviados
directamente na conta da administração; alega também ser o único soba do
Vimbalambe.
O bairro Vimbalambe já existia, mas
agora, é o soba Restino que controla a área sul, e a área Norte pelo
soba Nicolau, com a divisão a partir da unidade. Antes do senhor
Nicolau ser soba, era o primeiro secretário do soba Restino, e tinha
princípios de proteger a comunidade mas agora se uniu ao administrador Manuel
Rita Gaspar, e perdeu os seus princípios.
Outro problema que enfrenta aquele bairro é o do mercado
informal, que anteriormente a administração cedeu-lhes um local para tais
actividades, mas depois apareceu um senhor, funcionário dos serviços prisionais
de Benguela com o nome de João Neves, e usurpou ilegalmente o espaço. Como a
confusão era tanta, a administração cedeu aos vendedores, um outro local
temporário enquanto resolviam a situação do antigo, mas até ao momento nada foi
reslvido e o senhor João Neves já vendeu boa parte do terreno.
Reportagem de Domingos Mário
Revisão de José Patrocínio
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