17/04/2012

17 DE ABRIL: DIA INTERNACIONAL DA LUTA CAMPONESA

REFª: OM/  124. / 2012
Lobito, 17 de Abril de 2012

COMUNICADO

17 de Abril é o Dia Internacional de luta Camponesa, comemorando o massacre de 19 camponeses que lutavam por terra e justiça no Brasil em 1996.
Nos últimos anos, sofremos com a implementação de novas políticas e de um novo modelo de desenvolvimento baseado na expansão da terra e desapropriação de terras, conhecida como grilagem de terras. Grilagem de terras é um fenômeno global liderado por elites locais, nacionais e transnacionais e investidores, com a participação de governos e autoridades locais, a fim de controlar os recursos mais preciosos do mundo.

Grilagem de terras resultou na concentração da propriedade da terra e dos recursos naturais nas mãos de grandes investidores, donos de plantações, o desmatamento, energia hidrelétrica e as empresas de mineração, turismo e imobiliários. Isto levou ao despejo e o deslocamento das populações locais, à violação dos direitos humanos e direitos das mulheres, ao agravamento da pobreza, rotura social e poluição ambiental.

Grilagem de terras é um fenômeno global baseado na dominação corporativa da agricultura através do controle da terra, água, sementes e outros recursos. Grilagem de terras foi desapropriando os camponeses, pequenos agricultores e povos indígenas, especialmente mulheres e jovens, a partir de suas fontes de subsistência. É também arruinar o meio ambiente. Os povos indígenas e minorias étnicas estão sendo expulsos de seus territórios pelas forças armadas, aumentando a sua vulnerabilidade e, em alguns casos, até mesmo levando à escravidão. Baseada no mercado, falsas soluções para a mudança climática como o conceito de moda de "Economia Verde" estão sempre encontrando novas maneiras de alienar as comunidades locais de suas terras e recursos naturais.

Vamo-nos unir e lutar:

■ Para parar a grilagem de terras e recuperar a terra
■ Para implementar uma reforma agrária genuína, a fim de trazer a justiça social em áreas rurais.
■ Para encerrar o controlo ao longo de bilhões de vidas das pessoas exercidas por alguns investidores e empresas transnacionais.
■ Para se opor aos princípios de "investimento responsável agrícola" (RAI) propostos pelo Banco Mundial.
■ Para reforçar o modelo de produção agrícola baseado na agricultura familiar e a soberania alimentar.

José António M. Patrocínio
Coordenador

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