A Procuradoria-geral da República reagiu à carta
aberta dirigida pela OMUNGA, sobre a detenção dos activistas em Luanda. A
OMUNGA agradece tal posicionaimento.
Na carta recebida, a Procuradoria-geral da
República justifica determinados procedimentos dentro do referido caso,
considerando-os em consonância com o legislado e, por outro lado, considera
exagerados alguns aspectos enunciados pela OMUNGA no que se refere às condições
de detenção dos activistas.
Nega ainda o facto de ter “havido deslocação
de altos funcionários do SIC e da Procuradoria-Geral da República, a Lisboa,
para cumprimento de uma diligência processual naquele país”,
dizendo mesmo que tal informação é uma “miragem”.
Eis
o teor da carta.
__________________________
À
OMUNGA
ATT.
JOSÉ PATROCÍNIO
LOBITO
N.
0000983/01.22.01 /15
Incumbido
pelo Digníssimo Procurador-Geral da República, sou a acusar a recepção da Carta
Aberta sobre Prisão de Activistas há mais de 90 dias, nos seguintes termos:
I
- A detenção dos I5 cidadãos referidos na vossa carta obedeceu aos trâmites
legais e às informações tornados públicas nos dias seguintes o 20 de Junho de
2015, tiveram como fim manter o sociedade angolana informada e evitar os
boatos, entre outras coisas menos boas.
2-
Na vossa carta, as referências às condições desumanas de detenção referidas, à
assistência médica e à limitação de visitas é feito com notável exagero.
A vida nas Unidades Penitenciárias, mormente,
a assistência médica e medicamentosa e a recepção de visitantes, faz-se nos
termos regulados pela Lei Penitenciária.
3-
A deslocação de altos funcionários do SIC e da Procuradoria-Geral da República,
a Lisboa, para cumprimento de uma diligência processual naquele país, é uma
miragem.
4-
O cidadão FERNANDO BAPTISTA foi ouvido como declarante, no interesse do
processo. Só os arguídos são submetidos o interrogatório, e ele nunca foi
constituído arguído.
5-
O processo movido contra os supracitados cidadãos foi remetido poro o Tribunal
provincial de Luanda, no dia I 4 de Setembro de 201s e introduzido em Juízo no
dia 16 do mesmo mês, depois de deduzida a acusação.
Sem
outro assunto de momento, apresento os meus respeitosos cumprimentos.
GABINETE
DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA, EM Luanda, aos 29 de Setembro de 2015.-
O DIRECTOR DO GABINETE,
GILBERTO
MIZALAQUE BALANGA VUNGE
SUB-PROCURADOR
GERAL DA REPÚBLICA
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