COMUNICADO DO GRUPO DE APOIO AOS PRESOS
POLITICOS
1. É com bastante preocupação e profunda indignação que o GAPPA acompanha a situação de saúde do Activista e Professor universitário, Dr. Nuno Dala, detido no dia 20 de Junho de 2015 e constituído arguido no processo "15+2".
2. O activista, antes em prisão
domiciliária, foi injustamente remetido à cadeia, por ter faltado, por razões
de saúde, a uma audiência. Nessa condição, a sua situação de saúde vem-se
agravando uma vez que o mesmo vem sendo sujeito a maus tratos. São múltiplos os
problemas: grave infecção sanguínea e urinária e gastrite. Dala é diabético e
tem sido impedido de fazer o tratamento adequado.
3. De salientar que o activista e
Professor Universitário Dr. Nuno Dala, encontra- se em greve de fome desde o
passado dia 10 de Março do corrente ano, perfazendo nesta sexta-feira santa, 15
dias. Dala entrou em greve de fome não só pelo facto de reivindicar os seus
bens cassados pela Polícia desde há mais de 9 meses, como dinheiro e os cartões
do Banco, mas também pelo facto de não ter assistência médica adequada ao seu
estado diabético.
4. O GAPPA está informado que o
activista corre risco de vida, seu estado de saúde é precário e pode sucumbir a
qualquer momento. É inacreditável que numa conjuntura de luto em que morrem
mais de 500 pessoas por dia, só na cidade de Luanda, se esteja à nível do
Estado, a promover conscientemente mais uma morte. De igual modo, o preso mais
jovem, Nito Alves, encontra-se com forte diarreia, febres altas e pressão
arterial baixa. Foi-lhe apenas medicado "paracetamol" depois da
pressão de amigos.
Assim o GAPPA
1. Exige as autoridades competentes do
Estado Angolano que, em cumprimento do dever constitucional do Direito à vida,
devolva os bens surripiados à Nuno Dala e preste a Assistência Médica adequada,
através duma Unidade Hospital condigna bem como exige a transferência imediata
de Nito Alves para a prisão Hospital de S. Paulo.
2. Apoia incondicionalmente a vigília
marcada para os dias 25 e 26 de Março pela Libertação de Nuno Dala, junto da
Igreja Sagrada Família, encorajando os seus organizadores a manterem a sua
firme solidariedade e apelando a todas e a todos os cidadãos comprometidos com
a vida a se associarem a ela. Adverte as forças repressivas para respeitarem o
direito de solidariedade que assiste aos cidadãos angolanos.
3. Responsabiliza o Executivo e as
instâncias judiciais de julgamento dos 15 sobre todas as consequências que
possam advir da actual situação de greve de fome.
Luanda, 25 de Março de 2016
Subscrevem o presente comunicado do
GAPPA: João Malavindele; Rafael Morais; Filomeno Vieira Lopes; José Patrocínio;
Padre Raul Tati; Padre Pio Wacussuma; João Baruba.
A ASSOCIAÇÃO OMUNGA APOIA O COMUNICADO
UM PAÍS DEMOCRATICO NAO TEM PRESOS
POLITICOS
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