Lobito, 31 de Março de 2016
APELO URGENTE
PROCESSO DEMOCRÁTICO MAIS UMA
VEZ AMEAÇADO
A condenação dos activistas “15+2” pelo Tribunal
Provincial de Luanda, em resposta à acusação da Procuradoria-geral da República
de “preparação de uma rebelião” e de “associação de malfeitores”, veio mais uma
vez ameaçar o processo democrático em Angola
A conquista da Independência a 11 de Novembro de 1975, deve
ser entendida como o ponto fundamental para a construção de uma Nação que
represente o sonho colectivo de todos os angolanos.
Ainda antes dessa data, o sonho colectivo foi de forma
violenta agredido com a guerra civil que durante anos dividiu os angolanos e
dizimou milhares dos nossos concidadãos.
Golpes violentos contra a construção do sonho de
angolanidade, de democracia e de respeito da dignidade, têm sido frequentes
através de actos irresponsáveis e egoistas. Apontamos os casos de manipulação
de eleições, de negação do direito às autarquias e da revisão ultrajante da
Constituição.
Esta acção onde foi cenário o judiciário, veio mais uma
vez demonstrar que o nosso processo de democratização e de angolanização é
longo, duro, confrontando-se com adversários desprovidos de senso de
racionalidade e agressivos.
Os “15+2”, os casos “Cabinda” envolvendo Marcos Mavungo,
Arão Tempo, Francisco Luemba e tantos outros, são realmente confirmados como “julgamentos
políticos” e por isso devem ser visto como presos de consciência ou presos
políticos. É neste sentido que a Associação OMUNGA entende esta sentença contra
os “15+2” e aguarda, com tristeza, assistir a igual resultado aquando da
leitura da sentença no caso “Kalupeteka”.
Nesta conformidade, a Associação OMUNGA apela a todos os
cidadãos de bom senso, defensores dos maiores valores de ética e de dignidade,
contrários à ideia de construção de uma sociedade violenta, de corrupção e de
compadrio, apologistas da responsabilidade e da responsabilização para que não
desmoreneçam perante estes obstáculos. A Democracia, a boa governação e governança,
a Transparência e o real respeito da Dignidade Humana serão um facto em Angola,
quer queiram, quer não.
Por isso, considera importante, neste momento e por mais
esta ocasião apelar para a desobediência civil, enquanto um direito
inalienável, quando confrontados com a manipulação da lei e do direito, da
imposição do errado e do erro, da violência e falta de “senso comum”.
A OMUNGA aguarda pelo processo de recurso interposto pela
defesa mas no entanto, e infelizmente,
sem ambições de reposição real da legalidade e da confiança no judiciário em
Angola.
A OMUNGA por outro lado, aguarda com ansiedade pelo
avanço do processo contra os designados “declarantes” do processo dos “15+2”.
Seremos assim confrontados com mais uma “aberração” do judiciário angolano.
A OMUNGA, em resposta a mais esta real ilegalidade, apoia
todas as iniciativas que tentem, de forma pacífica, protestar, denunciar,
reclamar pela democracia em Angola, passando pela exigência da demissão
imediata do presidente da República por incompetência, incapacidade e “aparente”
má-fé na gestão da coisa pública e da Nação.
Por Uma Angola Livre
LIBERDADE PARA OS PRESOS
POLÍTICOS JÁ!
José Patrocínio
Coordenador
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