23/06/2015

ARÃO TEMPO IMPEDIDO DE VIAJAR NO AEROPORTO DE CABINDA


Lobito, 23 de Junho de 2015.

DECLARAÇÃO PÚBLICA

ARÃO TEMPO IMPEDIDO DE VIAJAR NO AEROPORTO DE CABINDA
  

É com enorme preocupação que a OMUNGA vem pela presente informar à comunidade nacional e internacional que o advogado e activista Arão Bula Tempo foi hoje, 23 de Junho de 2015, impedido de viajar por ordem do Sub-Procurador da República em Cabinda, António Nito.

O mesmo devia-se deslocar a Benguela, a convite da OMUNGA, conjuntamente com a esposa do activista Marcos Mavungo que continua detido em Cabinda.

O propósito da visita a Benguela era o de poder facilitar um debate sobre "Autodeterminação dos Povos e as Autarquias: Perspectivas para Cabinda". Na agenda constava ainda a visita a uma comunidade que desenvolve um processo de luta pelo direito à terra, uma conferência de imprensa e entrevistas.

Esta visita enquadrava-se no programa da OMUNGA de solidariedade com os activistas de Cabinda.

De acordo ao Advogado Arão Tempo, nesta manhã, altura em que estava prevista a sua viagem, foi chamado pelo Sub-Procurador da República em Cabinda onde foi recomendado para não participar em qualquer reunião ou actividade, nem prestar qualquer declaração fora do âmbito profissional para evitar outras conotações que poderão eventualmente quebrar com o termo de identidade de residência.

Depois disso, recebeu a devida autorização para se deslocar para fora da província e remarcado o vôo para as 18 horas.

Já no aeroporto, verificou que o mesmo tinha um visível aparato militar e policial e foi depois avisado por um agente de que não poderia viajar.

Em resposta, Arão Tempo terá telefonado para o Sub-Procurador António Nito que lhe confirmou ter dado ordens nesse sentido já que tinha informações de que o mesmo iria participar numa actividade fora de Cabinda.

Arão Bula Tempo de 56 anos de idade, advogado e presidente do Conselho Provincial de Cabinda da Ordem de Advogados de Angola, fora detido, conjuntamente com o seu cliente, quando pretendia atravessar a fronteira para o Congo Brazzaville desde 14 de Março e libertado a 13 de Maio de 2015, estando em liberdade condicional.

.A OMUNGA condena veementemente mais este acto de flagrante violação dos Direitos Humanos, apelando à solidariedade de toda a sociedade.



José Patrocínio


Coordenador



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