25 de Maio o dia da África, a Mãe de todos os
Continentes
D E C L A R A Ç Ã O
África pode e tem e condições para mudar o Futuro.
O
Continente Africano é suis generis em
toda dimensão positiva da palavra. A África é poderosa pela diversidade dos
seus Povos, e pela humanidade que lhes é característica, como povos de Bem e
abertos a inclusão do outro, o Africano convive e partilha o seu espaço com
outros Povos, com a maior naturalidade, e sem qualquer constrangimentos, apesar
do sofrimento que lhe tem sido, imposto, pela sua forma pacifica e solidária,
de partilhar com a natureza e Povos de outros Continentes. Esta forma rara e
humana, do comportamento do cidadão Africano, e que “acusa” positivamente a sua
Identidade civilizacional, tem causado por vezes, incompreensões e oportunismos
vários, devido também, a grandiosidade dos seus recursos naturais. A África é o
Continente mais antigo da humanidade, detentora do “ADN” (ácido
desoxirribonucleico) da fundação Humana. A ela deve-se a evolução da actual
espécie humana, da sustentabilidade de Povos, através dos seus mais
diversificados recursos naturais Humanos e minerais. Foi com a intenção da
salvaguarda destas potencialidades Humanas e de recursos naturais do Continente
Africano, que em 25 de Maio de 1963, foi criada a “Organização da Unidade
Africana (OUA)” por 32 (trinta) Chefes de Estado de Países Africanos, em
reunião decorrida em Addis Abeba – Etiópia, por iniciativa do seu “Mentor” o
Imperador Hailé Selassié, figura proeminente da História de África e da sua
Civilização.
A
(OUA) tinha como objectivos: promover a união e a cooperação entre os Países
irmãos, estreitando os laços de afectos e muitos de consanguinidade,
desenvolver mecanismos de sustentabilidade colectiva, no Continente, através
duma cooperação social, humana e económica harmoniosa e saudável, na partilha
dos recursos continentais, com vista ao bem estar social dos seus Povos,
salvaguardar a segurança do Continente contra invasões
coloniais, erradicando a colonização, a coordenação e
a promoção equilibrada de políticas dos Estados membros, nas áreas da
Diplomacia, nas áreas científicas diversas tais como: a das ciências
sociais-económicas, educação, saúde e cultura, técnicas, e da defesa da
integridade territorial do Continente. Todos estes requisitos de
sustentabilidade que marcaram a fundação da OUA, inscritos na sua Constituição,
seriam os desejos dos seus fundadores para uma África próspera e viável, a
sustentabilidade das Futuras gerações. Infelizmente apesar de todas as
precauções e das lúcidas perspectivas dos seus fundadores, e dos seus Povos,
apesar de esperançados e confiantes nas independências políticas dos seus
Países, a muito esperadas, constacta-se uma outra realidade política, social,
económica e de segurança, do Continente “apunhalando”, as expectativas
subscritas em Maio de 1963, porquanto assistimos, a prosperar, as mortes
provocadas pelas guerras e guerrilhas militarizadas por interesses externos e
de minorias internas, mortes por doenças e fome na consequência de lutas sem
sentido, na óptica Africana, o açambarcar dos recursos do continente por grupos
aliados a gestores e governos convertidos aos actos de corrupção, a inatividade
da cidadania Africana, o não cultivo das terras de modo tradicional que é o
modo de sustentabilidade. Assistimos o açambarcamento por multinacionais que
compram ou se apoderam das terras no Continente Africano, para o seus fins
lucrativos, com a cumplicidade de alguns governantes africanos, ao que parece
sem memória do passado, e sem memória dos acordos subscritos no dia 25 de Maio
de 1963, em nome dos Povos de África!
Apesar
de em 1972 as Nações Unidas terem instituído o dia 25 de Maio, como o dia da
Libertação do Continente Africano, e em 2002, a Organização de Unidade
Africana, passa a designar-se União Africana, simplificando os seus objectivos
em: “Unidade e solidariedade africana; defendendo a eliminação do
colonialismo, a soberania e a integração económica, além da cooperação política
e cultural no continente”.
Observamos,
porém, que apesar da redução nos objectivos auspiciados pelos Fundadores da
Organização de Unidade Africana (para os quais não houve justificação pública
aos Povos de África), e que na verdade eram muito mais abrangentes, com caris
humanista, e que reflectia no seu todo o desejo e as necessidades dos Povos de
África e do Continente, observamos efectivamente, que dos resultados
implementados nos actuais objectivos da União Africana, pouco ou nada tem
resultado a favor dos seus povos em África. Porquanto encontramos uma “unidade
e solidariedade africana frágil, manipulada por Países externos
ao Continente, Soberanias ameaçadas e outras mesmo
violentadas por Países terceiros, como por ex: foi o caso da Líbia, a Somália,
Ruanda, Congo Kinshasa, a constatação de uma integração económica entre Países
de África praticamente inexistente, desestruturada, observando-se sim a
integração e a facilitação económica do ocidente e da europa em África, em
prejuízo do mercado e empresariado Africano. A imposição de sobrevivência dos
Povos na base de acções humanitárias promovidas por Organizações não
Governamentais que, por sua vez, são controladas por Governos e agentes
económicos internacionais, com interesses em África. O Continente Africano
detentor de recursos naturais e de grande potencial Humano, está a
transformar-se em “contector” de negócios externos, sem produção local, um
continente com fraca capacidade de exportação, um Continente com políticos que
inviabilizam o seu desenvolvimento, permitindo a imigração e fuga, dos seus
quadros para o ocidente e para europa, tornando-se cada vez mais um Continente
dependente em todos os aspectos, e comprador de serviços e produtos, de toda a
espécie, sem condições de ter tempo e capacidade de os selecionar! Os
Governos Africanos no seu todo falharam, com a excepção do Presidente
Mandela, que teve o seu momento especial e que foi deixando alguns alertas que
não foram, nem têm sido observados. Os Governantes Africanos não cumpriram com
um dos objectivos principais, a Formação/Educação dos seus Povos e o cuidado
com a saúde, que tem a sua base assente na alimentação. Estão envolvidos com parceiros
com interesses em salvaguardar a crise energética que já começou e que será um
dos maiores desafios da humanidade, mais do que a água, pois sem energia as
economias não funcionarão. A África está assim transformada num reservatório
de energias de interesse de uma minoria que detém o monopólio mundial, que
também tem reservas de petróleo, mas não os usa, para esgotar o que lhe é
acessível, preservando o futuro dos seus interesses, que não são os de África,
nem da maioria dos Povos no mundo. A África corre sérios perigos, é urgente a
sua reafirmação. Mas, a África tem, pode e deve mudar, a África deve acionar os
seus mecanismos, congregando os seus Povos e com eles decidir a mudança para
uma Nova África que é possível.
Uma mudança que transforme o actual crescimento
económico em desenvolvimento real dos seus povos
Uma mudança que preserve a natureza e garanta a sustentabilidade
para os seus povos e humanidade
Uma modança que rompa com as ditaduras e estabeleça,
sem tibiezas, a democracia efectiva
Uma mudança que combata a pobreza, através do bem
estar para todos
Uma mudança que harmonize os padrões de cidadania
inclusiva com as dinâmicas das comunidades
Uma mudança assente na Paz Social e não no equilibrio de terror
João
Paulo II, disse um dia: “o paraíso é em África”. Disso os Africanos não
devem duvidar, o importante é saber como fazer os Africanos gozarem,
partilharem usufruindo do Bem estar deste Paraíso! Penso que só com a UNIÃO
educação, trabalho, isto será possível.
África pode, tem condições para mudar o Futuro.
Angola deve ser capaz de dar a sua contribuição,
consciencilizando-se neste 25 de Maio a caminhada para sua mudança do Futuro!
em
LIBERDADE, MODERNIDADE, CIDADANIA
O BLOCO DEMOCRÁTICO
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