24/05/2013

COMUNICADO DO DB SOBRE O DIA DE ÁFRICA

25 de Maio o dia da África, a Mãe de todos os Continentes
 D E C L A R A Ç Ã O

 África pode e tem e condições para mudar o Futuro.

O Continente Africano é suis generis em toda dimensão positiva da palavra. A África é poderosa pela diversidade dos seus Povos, e pela humanidade que lhes é característica, como povos de Bem e abertos a inclusão do outro, o Africano convive e partilha o seu espaço com outros Povos, com a maior naturalidade, e sem qualquer constrangimentos, apesar do sofrimento que lhe tem sido, imposto, pela sua forma pacifica e solidária, de partilhar com a natureza e Povos de outros Continentes. Esta forma rara e humana, do comportamento do cidadão Africano, e que “acusa” positivamente a sua Identidade civilizacional, tem causado por vezes, incompreensões e oportunismos vários, devido também, a grandiosidade dos seus recursos naturais. A África é o Continente mais antigo da humanidade, detentora do “ADN” (ácido desoxirribonucleico) da fundação Humana. A ela deve-se a evolução da actual espécie humana, da sustentabilidade de Povos, através dos seus mais diversificados recursos naturais Humanos e minerais. Foi com a intenção da salvaguarda destas potencialidades Humanas e de recursos naturais do Continente Africano, que em 25 de Maio de 1963, foi criada a “Organização da Unidade Africana (OUA)” por 32 (trinta) Chefes de Estado de Países Africanos, em reunião decorrida em Addis Abeba – Etiópia, por iniciativa do seu “Mentor” o Imperador Hailé Selassié, figura proeminente da História de África e da sua Civilização.
A (OUA) tinha como objectivos: promover a união e a cooperação entre os Países irmãos, estreitando os laços de afectos e muitos de consanguinidade, desenvolver mecanismos de sustentabilidade colectiva, no Continente, através duma cooperação social, humana e económica harmoniosa e saudável, na partilha dos recursos continentais, com vista ao bem estar social dos seus Povos, salvaguardar a segurança do Continente contra invasões
coloniais, erradicando a colonização, a coordenação e a promoção equilibrada de políticas dos Estados membros, nas áreas da Diplomacia, nas áreas científicas diversas tais como: a das ciências sociais-económicas, educação, saúde e cultura, técnicas, e da defesa da integridade territorial do Continente. Todos estes requisitos de sustentabilidade que marcaram a fundação da OUA, inscritos na sua Constituição, seriam os desejos dos seus fundadores para uma África próspera e viável, a sustentabilidade das Futuras gerações. Infelizmente apesar de todas as precauções e das lúcidas perspectivas dos seus fundadores, e dos seus Povos, apesar de esperançados e confiantes nas independências políticas dos seus Países, a muito esperadas, constacta-se uma outra realidade política, social, económica e de segurança, do Continente “apunhalando”, as expectativas subscritas em Maio de 1963, porquanto assistimos, a prosperar, as mortes provocadas pelas guerras e guerrilhas militarizadas por interesses externos e de minorias internas, mortes por doenças e fome na consequência de lutas sem sentido, na óptica Africana, o açambarcar dos recursos do continente por grupos aliados a gestores e governos convertidos aos actos de corrupção, a inatividade da cidadania Africana, o não cultivo das terras de modo tradicional que é o modo de sustentabilidade. Assistimos o açambarcamento por multinacionais que compram ou se apoderam das terras no Continente Africano, para o seus fins lucrativos, com a cumplicidade de alguns governantes africanos, ao que parece sem memória do passado, e sem memória dos acordos subscritos no dia 25 de Maio de 1963, em nome dos Povos de África!
Apesar de em 1972 as Nações Unidas terem instituído o dia 25 de Maio, como o dia da Libertação do Continente Africano, e em 2002, a Organização de Unidade Africana, passa a designar-se União Africana, simplificando os seus objectivos em: “Unidade e solidariedade africana; defendendo a eliminação do colonialismo, a soberania e a integração económica, além da cooperação política e cultural no continente”.
Observamos, porém, que apesar da redução nos objectivos auspiciados pelos Fundadores da Organização de Unidade Africana (para os quais não houve justificação pública aos Povos de África), e que na verdade eram muito mais abrangentes, com caris humanista, e que reflectia no seu todo o desejo e as necessidades dos Povos de África e do Continente, observamos efectivamente, que dos resultados implementados nos actuais objectivos da União Africana, pouco ou nada tem resultado a favor dos seus povos em África. Porquanto encontramos uma “unidade e solidariedade africana frágil, manipulada por Países externos
ao Continente, Soberanias ameaçadas e outras mesmo violentadas por Países terceiros, como por ex: foi o caso da Líbia, a Somália, Ruanda, Congo Kinshasa, a constatação de uma integração económica entre Países de África praticamente inexistente, desestruturada, observando-se sim a integração e a facilitação económica do ocidente e da europa em África, em prejuízo do mercado e empresariado Africano. A imposição de sobrevivência dos Povos na base de acções humanitárias promovidas por Organizações não Governamentais que, por sua vez, são controladas por Governos e agentes económicos internacionais, com interesses em África. O Continente Africano detentor de recursos naturais e de grande potencial Humano, está a transformar-se em “contector” de negócios externos, sem produção local, um continente com fraca capacidade de exportação, um Continente com políticos que inviabilizam o seu desenvolvimento, permitindo a imigração e fuga, dos seus quadros para o ocidente e para europa, tornando-se cada vez mais um Continente dependente em todos os aspectos, e comprador de serviços e produtos, de toda a espécie, sem condições de ter tempo e capacidade de os selecionar! Os Governos Africanos no seu todo falharam, com a excepção do Presidente Mandela, que teve o seu momento especial e que foi deixando alguns alertas que não foram, nem têm sido observados. Os Governantes Africanos não cumpriram com um dos objectivos principais, a Formação/Educação dos seus Povos e o cuidado com a saúde, que tem a sua base assente na alimentação. Estão envolvidos com parceiros com interesses em salvaguardar a crise energética que já começou e que será um dos maiores desafios da humanidade, mais do que a água, pois sem energia as economias não funcionarão. A África está assim transformada num reservatório de energias de interesse de uma minoria que detém o monopólio mundial, que também tem reservas de petróleo, mas não os usa, para esgotar o que lhe é acessível, preservando o futuro dos seus interesses, que não são os de África, nem da maioria dos Povos no mundo. A África corre sérios perigos, é urgente a sua reafirmação. Mas, a África tem, pode e deve mudar, a África deve acionar os seus mecanismos, congregando os seus Povos e com eles decidir a mudança para uma Nova África que é possível.
 Uma mudança que transforme o actual crescimento económico em desenvolvimento real dos seus povos
 Uma mudança que preserve a natureza e garanta a sustentabilidade para os seus povos e humanidade


 Uma modança que rompa com as ditaduras e estabeleça, sem tibiezas, a democracia efectiva
 Uma mudança que combata a pobreza, através do bem estar para todos
 Uma mudança que harmonize os padrões de cidadania inclusiva com as dinâmicas das comunidades
 Uma mudança assente na Paz Social e não no equilibrio de terror

João Paulo II, disse um dia: “o paraíso é em África”. Disso os Africanos não devem duvidar, o importante é saber como fazer os Africanos gozarem, partilharem usufruindo do Bem estar deste Paraíso! Penso que só com a UNIÃO educação, trabalho, isto será possível.
África pode, tem condições para mudar o Futuro.
Angola deve ser capaz de dar a sua contribuição, consciencilizando-se neste 25 de Maio a caminhada para sua mudança do Futuro!
em
LIBERDADE, MODERNIDADE, CIDADANIA
O BLOCO DEMOCRÁTICO

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