18/08/2010

ONG PEDEM FIM DO PRÉMIO COM O NOME DE TEODOR OBIANG

Ditador da Guiné Equatorial
ONG pedem fim do prémio com o nome de Teodoro Obiang
12.08.2010 - 11:19 Por PÚBLICO

A Human Rights Watch (HRW) e 95 outras Organizações Não Governamentais (ONG), de seis continentes, solicitaram hoje à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) que acabe definitivamente, em Outubro, com o Prémio Internacional Obiang de Investigação em Ciências da Vida.

Na sua última reunião, em 15 de Junho, o Conselho Executivo da UNESCO adiou a atribuição do prémio com o nome do ditador da Guiné Equatorial, à luz das objecções levantadas por cientistas, académicos e profissionais da saúde pública.
Agora, numa carta em português, espanhol, inglês, francês e japonês, as 96 ONG, incluindo 25 africanas, reafirmaram que “a atribuição de um prémio em nome do Presidente Obiang ou financiado por este ofende claramente os próprios objectivos e padrões promovidos pela UNESCO, particularmente os estabelecidos para os seus prémios”.
O historial sombrio de Obiang Nguema Mbasogo em termos de direitos humanos, liberdade de imprensa e desenvolvimento, dizem os signatários da carta ao Conselho Executivo da UNESCO, “encontra-se bem documentado por vários órgãos das Nações Unidas e outras fontes fidedignas”.
O Governo de Malabo tem sido amplamente condenado pelo uso sistemático da tortura nas prisões e é também conhecido pelo controlo que exerce sobre a imprensa. Razões pelas quais os que o criticam entendem que se deve dar um "destino melhor" aos três milhões de dólares (2,3 milhões de euros) oferecidos pelo Presidente Obiang para conseguir ter um prémio internacional com o seu nome.
Apesar da vasta riqueza que a Guiné Equatorial extrai dos recursos naturais, ao ponto de ter um Produto Interno Bruto superior à Dinamarca ou ao Reino Unido, “os seus indicadores de saúde e desenvolvimento são extremamente baixos”, afirmam as ONG de Angola, dos Estados Unidos, do Canadá e de muitos outros países que hoje tomaram posição sobre este assunto.
Por Portugal assinou Fátima Proença, directora da Associação para a Cooperação Entre os Povos (ACEP), de Lisboa.Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, de 68 anos, considerado pela revista norte-americana Forbes um dos governantes mais ricos do mundo, chegou ao poder por ter deposto em Agosto de 1979 o seu tio Francisco Macías Nguema, logo a seguir condenado à morte e executado por fuzilamento.

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