Detenções em Cabinda
Têm-se verificado rusgas e apreensão de livros sobre o sentimento independentista
· Aumentar
O docente universitário Belchior Lanso Tati, activista do extinto movimento cívico Mpalabanda, encontra-se há dois dias detido em Cabinda pela Polícia de Investigação Criminal, contou ontem a sua mulher, Madalena, gestora hospitalar.
As autoridades procederam a uma busca tanto na residência familiar como no escritório de uma empresa que possui, tendo levado cadernos, livros e agendas.
Já na sexta-feira, dia do ataque a um autocarro com futebolistas togoleses, tinha sido detido André Zeferino Poaty, funcionário da petrolífera Chevron, ao qual foram apreendidos o computador e exemplares de livros que falam da causa independentista de Cabinda. E esta semana verificou-se também a detenção de Pedro Benjamim Fuca, ex-polícia.
O advogado Francisco Luemba declarou ontem ao PÚBLICO ter sido alertado de que também ele poderá vir a ser detido, designadamente por ser o autor da obra O Problema de Cabinda Exposto e Assumido à Luz da Verdade e da Justiça, considerada oficialmente "um incitamento à violência
PS: Mensagem recebida a 16 de Janeiro de 2010 (Felizardo Ortegas Manuel Epalanga - felizardoo@osisa.org)
_______________________
Dois advogados foram hoje detidos em Cabinda
Foram hoje detidos na cidade de Cabinda os advogadoslocais Martinho Nombo e Francisco Luemba, disse ao PÚBLICO o filho mais velho deste último, João.
A polícia de investigação criminal apareceu na residência familiar pouco depois das 06h00 da manhã locais (05h00 em Lisboa), com um mandato de captura, e levou Francisco Luemba, autor de um livro, publicado o ano passado, sobre os sentimentos independentistas da população do território.
Minutos depois, segundo o relato telefónico feito por João Luemba, o mais velho de cinco irmãos, os agentes policiais voltaram a aparecer, passaram uma revista à casa e levaram documentos, tendo daí seguido para o escritório do advogado.
Quanto a Martinho Nombo, fora entretanto detido, depois de ontem à noite ter dado conhecimento à agência Lusa de que a polícia prendera o padre Raul Tati, antigo vigário-geral da diocese de Cabinda e pessoa que de há muito se identifica com os sentimentos independentistas de uma parte da população de Cabinda, que não se quer reconhecer como angolana.
Uma autêntica vaga de detenções tem estado a ser verificada desde que há nove dias uma facção do movimento independentista FLEC reivindicou a autoria dos disparos que mataram o treinador adjunto e o assessor de imprensa da selecção togolesa de futebol, que estava a chegar ao território a fim de participar no Campeonato Africano das Nações (CAN 2010).
Depois desse ataque, os togoleses desistiram de participar na prova, retirando assim algum brilho à forma como as autoridades desejavam que decorresse este campeonato, com jogos marcados tanto para Cabinda como para Luanda, Benguela e Lubango.
A FLEC é um movimento independentista que foi criado em 1963 na cidade de Ponta Negra, na vizinha República do Congo (Brazzaville).
PS: Mensagem recebida a 17 de Janeiro de 2010 (Felizardo Ortegas Manuel Epalanga - felizardoo@osisa.org)
__________________________________________________
Prezados parceiros
Unamo-nos pela paz, uma vez que desde o acidente da equipa do Congo que Cabinda esta se transformando uma provincia que todos aqueles que tem posicoes contrarias ao nosso querido governo e atencioso estao sendo vitimas. Onde vamos parar com isso?, como podemos evitar estas buscas? Que a maioria? Ele ou nos? Entao busquemos o bem de todos para satisfazer o bem individual.
Nota
As 6h30 de hoje (dia 17 de Janeiro) o advogado e escritor FRANCISCO LUEMBA foi detido pela Policia de Investigação Criminal em Cabinda. Francisco Luemba foi activista cívico da Associação Mpalabanda e tem sido um defensor acérrimo dos direitos humanos em Cabinda. Francisco Luemba tem sob sua responsabilidade um conjunto de causas de defesa de constituintes acusados contra a segurança de estado que agora ficam sem defensor. Cabinda tem sido palco de processos de falsas acusações de crimes contra a Segurança do Estado por parte do Ministério Público e que devido a tenacidade de advogados como Francisco Luemba e Martinho Nombo os arguidos têm sido absolvidos.
Já não restam dúvidas que nas próximas horas Martinho Nombo e Marcos Mavungo serão presos.
PS: Mensagem recebida a 17 de Janeiro de 2010 (Felizardo Ortegas Manuel Epalanga - felizardoo@osisa.org)
Sem comentários:
Enviar um comentário