28/03/2010

Forte Dispositivo Polícial Acaba Com Protestos da OMUNGA

Washington - Ameaças de repressão por parte da polícia levaram ao cancelamento da manifestação agendada para esta Quinta-feira na cidade de Benguela, disse a Voz da América José Patrocínio um dos organizadores da iniciativa.
Fonte: VOA/Apostolado
A Associação dos direitos Humanos – OMUNGA – que até a véspera mantinha firme o seu propósito em sair a rua para protestar contra as demolições e desalojamentos forçados, viu-se obrigado a desmobilizar-se.

O governo provincial de Luanda enviou elementos policiais de intervenção rápida para as ruas onde estavam previstos os actos de protestos e obrigando deste modo ao cancelamento da iniciativa.

Um comunicado áudio de uma hora e 38 minutos, na voz dos Director Provincial da Comunicação Social, Alexandre Lucas, sobre a proibição da manifestação publica, contra as demolições e desalojamentos forçados, prevista para hoje, organizada pela ONG OMUNGA, está a ser emitido de forma especial pelas estações de Rádio locais, a partir da noite desta quarta-feira.

No comunicado, o executivo do General Armando da Cruz Neto alerta aos responsáveis da OMUNGA e à população para as consequências a que estarão sujeitos os que aderirem à manifestação.

“O governo Provincial de Benguela, no quadro das suas responsabilidades de defesa da ordem, da tranquilidade e da paz social, usará os meios legalmente instituídos, visando anular tal pretensão e declara que não se responsabilizará pelos eventuais danos físicos ou materiais decorrentes do exercício da sua actividade em defesa da ordem estabelecida” – refere o comunicado.

De referir que o governo provincial qualificou desde sempre esta manifestação de ilegal, e desde as primeiras horas do dia terá colocado nas ruas de Benguela centenas de polícias armados para conter a expressão popular.

Cerca de trezentos de agentes da polícia de intervenção rápida foram enviados para as ruas previstas no roteiro da manifestação. Um aparato policial que serviu assim aos desígnios do governo. A polícia em Benguela sempre manteve-se fiel a decisão do governo em proibir os protestos. A Voz da América ouviu o comandante provincial da polícia, que justifica a acção da sua corporação.

Entretanto, a Organização OMUNGA já fez saber, através de uma nota de imprensa, que a posição do Governo provincial é ilegal, pelo facto do executivo do General Armando da Cruz Neto responder apenas oito dias, depois da sua recepção do pedido de manifestação, contra as 48 horas exigidas por lei de reunião e de manifestação. Como consequência, a ONG apresentou uma queixa ao Tribunal Provincial de Benguela.

Segundo uma fonte da Ecclesia, a Direcção da OMUNGA foi convocada, na noite de quarta-feira, pelo Comandante Provincial da Policia Nacional, o Comissário António Maria Sita.

No encontro, o Oficial Superior solicitou, em nome da harmonia social, a não realização da manifestação, o que não foi aceite pelos organizadores dos protestos.

Segundo a mesma fonte, a Policia destacou um forte dispositivo de forças especiais nos pontos de partida e de chegada da manifestação, com destaque para a Brigada Canina e a Cavalaria.

No entanto, já escalaram Benguela, para fazer parte da manifestação, proeminentes figuras da sociedade civil angolana, organizações de defesa dos direitos humanos e religiosos, provenientes de Cabinda, Uige e Luanda.

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